Frequentemente, a demência é imediatamente associada à perda de memória. No entanto, antes desse sintoma, outros sinais podem se manifestar em uma pessoa com a doença, segundo informações do jornal norte-americano The New York Times, publicadas no último mês.
Profissionais da área afirmam que o cérebro humano manifesta sinais de demência ainda no começo da deterioração das funções neurológicas. Existem, inclusive, demências que não afetam a memória, como a demência frontotemporal. Confira alguns dos sinais:
Dificuldades financeiras
Um aspecto em comum entre pessoas que estão sofrendo com essa doença são as dificuldades em manter uma vida financeira equilibrada. Em alguns casos, as dificuldades financeiras surgem anos antes dos demais sintomas da doença.
O professor de neurologia na Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, Winston Chiong, afirmou que "uma das razões pelas quais a má gestão financeira pode ser um indicador sensível é simplesmente porque é uma coisa muito complicada".
Problemas com o sono
Mudanças drásticas no sono também estão relacionadas a essa doença. Acordar uma vez ou outra durante a madrugada não é muito preocupante, mas, quando isso se torna rotina, é recomendado investigar, especialmente se a pessoa estiver com dificuldades para se manter acordada durante o dia também.
O PhD em Psicologia Joe Winer, que estudou como o sono é afetado durante os vários estágios da demência na Universidade de Stanford, pontua que "algumas das regiões cerebrais que são realmente importantes para regular os ciclos de sono e vigília, como o tronco cerebral, são as primeiras afetadas pela doença de Alzheimer".
Além disso, o médico ainda afirma que, em casos de demência por corpos de Lewy ou doença de Parkinson, é possível que o sono REM, um dos estágios mais importantes do sono, sofra distúrbios que fazem com que a pessoa não consiga ter um sono de qualidade:
"Normalmente, nossos músculos ficam paralisados durante o sono REM", mas, nesses distúrbios, proteínas tóxicas atacam as células responsáveis por essa paralisia", explica o médico.
Mudanças de personalidade
Em estudos mais recentes, foi observado que pacientes com demência se tornam progressivamente menos extrovertidos e mais irritadiços antes de quaisquer outros sinais cognitivos.
A professora de ciências comportamentais na Universidade Estadual da Flórida, Angelina Sutin, aponta que "essas mudanças se intensificam à medida que mais sintomas de demência surgem".
A dificuldade de dirigir também foi indicada como um sinal de comprometimento cognitivo pelo professor PhD da Universidade de Washington, Ganesh Babulal, que também mencionou que "dirigir é um desafio supremo para o sistema cognitivo".
Perda de olfato
Em casos como o de Alzheimer e demência por corpos de Lewy, as áreas do cérebro responsáveis pelo olfato estão entre as primeiras a serem comprometidas.
Dentre os indicativos de doenças neurodegenerativas, como perda de visão, paladar e audição, o olfato é um dos primeiros a manifestar disfunções. Pessoas com Alzheimer, por exemplo, podem detectar odores, mas frequentemente os identificam incorretamente.
Já aqueles com Parkinson frequentemente não conseguem detectar os cheiros. Esses sinais, quando observados em conjunto, podem sugerir a necessidade de uma consulta médica. A identificação precoce e o acompanhamento são essenciais para o tratamento adequado da demência.
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