Durante o período do Carnaval beijos são frequentes nos bloquinhos, assim como a divisão de bebidas entre amigos, ou seja, há uma troca de saliva constante entre os foliões, aumentando o risco da transmissão do vírus Epstein-Barr, causador da “doença do beijo”, a mononucleose infecciosa.
Os números da doença Epstein-Barr são mais que comuns na população brasileira, estimando que seja contraído por 90% a 95% dos adultos. A maioria das pessoas, no entanto, não apresenta sintomas e uma parcela ainda menor desenvolve a forma grave da doença.
A doença ficou mais conhecida após a cantora Anitta contar no documentário "Eu" ter descoberto a doença em estágio inicial, antes que o quadro se transformasse em esclerose múltipla, uma das consequências mais graves causadas pela infecção.
A transmissão
Além da transmissão por saliva, através do beijo, de espirros ou outros objetos compartilhados, a doença também pode ser passada pelo sangue ou via transplacentária, quando a gestante adquire o vírus durante a gravidez e passa ao feto pela placenta, formas mais raras.
O período de incubação do vírus é longo, sendo necessário até três semanas, em média, para apresentar os sintomas. Mesmo após beijar uma pessoa infectada, por exemplo, é possível permanecer assintomático e continuar transmitindo o vírus a outras pessoas.
Os sintomas da doença do beijo
Mesmo sendo uma doença autolimitada e de baixa gravidade, é preciso atenção com a sua evolução.
Os sintomas mais frequentes são:
- Febre;
- Dor de garganta;
- Inflamação dos gânglios do pescoço;
- Cansaço;
- Dor no corpo;
- Dores musculares;
- Fadiga;
- Tosse;
- Perda de apetite;
- Aumento do baço e do fígado;
- Manchas vermelhas pelo corpo;
- Icterícia (pele amarelada).
Complicações neurológicas são raras, mas podem incluir encefalite, convulsões, síndrome de Guillain-Barré, neuropatia periférica e meningite viral.
Como ter certeza se fui infectado?
Além da observação dos sintomas, ir ao médico após realizar exames de sangue também pode auxiliar na confirmação do diagnóstico. No exame do hemograma vai analisar se há a presença de glóbulos brancos com forma anormal e no exame de sangue será feita a pesquisa pela presença de anticorpos contra o vírus Epstein-Barr (sorologia).
Vírus inativo
O Epstein-Barr não é um vírus que pode ser eliminado do organismo. De acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC), passada a infecção, o vírus se torna inativo no corpo do paciente.
O tratamento para as fases agudas inclui apenas o manejo dos sintomas, buscando aliviar dores e desconfortos.
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