Os líderes do ensaio clínico que tem testado a Coronavac na população do Chile recomendaram nesta quinta-feira, 15, a aplicação de uma terceira dose da vacina desenvolvida pela Sinovac contra a covid-19. De acordo com eles, os níveis de anticorpos gerados pelo imunizante foram baixos seis meses após a segunda aplicação. A Organização Mundial da Saúde (OMS), porém, já disse que faltam evidências científicas contra uma dose de reforço e se manifestou contrária a planos de governos e farmacêuticas nesse sentido.
Os pesquisadores disseram ainda que um ensaio in vitro para determinar a eficácia da Coronavac contra a variante Delta, identificada originalmente na Índia, apontou que ela tem um quarto da eficácia na neutralização contra a nova cepa. Antes, um estudo conduzido por cientistas da China havia indicado que o efeito do imunizante era reduzido em um terço contra a cepa identificada originalmente na Índia.
Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, o responsável pela fabricação da Coronavac no Brasil, afirmou no último dia 8 que avalia a "possibilidade de um reforço anual da vacina (que não deve ser confundido com uma terceira dose)". Ainda em março, o presidente da Sinovac declarou que a empresa estava trabalhando em uma atualização da vacina para combater as variantes do coronavírus, sem mencionar à época se havia realmente a necessidade de uma dose de reforço do imunizante.
De acordo com Covas, resultados em testes de laboratório mostram resultados promissores contra a variante Delta. Faltam, no entanto, resultados da aplicação na prática da Coronavac contra essa nova cepa do coronavírus.
Segundo dados do governo chileno, no último mês, a quantidade de pacientes com mais de 70 anos internados em UTIs caiu de 372 para 342. Já nos pacientes entre 60 e 70 anos a queda foi mais acentuada: no dia 7 de abril, eram 783. Na sexta-feira, 667. Na faixa que vai dos 50 aos 59 anos, a queda teve início há 13 dias, com diminuição de pouco mais de 7%.
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