A Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) divulgou um estudo nesta quarta-feira (16) que aponta que o uso do transporte coletivo durante a pandemia não está associado ao aumento no número de casos de covid-19, doença provoacada pelo novo coronavírus.
O estudo analisou 15 sistemas de transporte público das cidades de Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Curitiba (PR), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), Macapá (AP), Natal (RN), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ) Vitória (ES) e Teresina (PI).
- Foto: Alef Leão/GP1O estudo analisou a demanda do transporte também em Teresina
Juntos, os sistemas dessas cidades são responsáveis pela realização de mais de 325 milhões de viagens de passageiros por mês, ou 13 milhões de deslocamentos diários de pessoas. Isso corresponde a 32,5% do total de viagens de passageiros realizadas em todos os 2.901 municípios brasileiros atendidos por sistemas organizados de transporte público por ônibus (IBGE, 2017).
De acordo com o estudo técnico, a análise foi feita por meio de dados coletados do número de passageiros transportados. O estudo concluiu que não há evidência de que o aumento do número de passageiros transportados levou a uma elevação dos casos.
A análise foi realizada comparando os casos confirmados de covid-19 observados sete dias após a demanda transportada, considerando que, em caso de contaminação do passageiro durante a viagem, este seria o prazo médio entre a eventual infecção e a detecção da contaminação por testes.
“O transporte público por ônibus urbano não pode ser apontado como responsável pelo aumento do número de casos, não há uma relação entre uma coisa e outra. Podemos dizer que o transporte público coletivo urbano é seguro se todos tomarem as devidas precauções. Se motoristas, cobradores e passageiros usarem máscara dentro do ônibus e nos pontos de parada, se as pessoas evitarem conversar e se os veículos trafegarem sempre com janelas abertas, o risco será baixo”, disse o presidente executivo da NTU, Otávio Cunha.
O levantamento considerou a variação de demanda por transporte os dados do Sistema Único de Saúde (SUS) durante 17 semanas, englobando as semanas epidemiológicas de 29 de março a 25 de julho. Em algumas cidades, o aumento da demanda por transporte coincidiu com a redução do número de casos confirmados, enquanto em outras a redução do número de passageiros do transporte coletivo aconteceu simultaneamente com o aumento da incidência de casos.
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