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Saúde

Isolamento social está estrangulando a economia, diz Osmar Terra

"A curva de contágio não achatou e já está no pico, como estaria sem quarentena. Seu único impacto foi recessão, desemprego e multiplicação da miséria”, disse o ex-ministro.

Em novo vídeo publicado em seu canal no Youtube, o médico, deputado federal e ex-ministro Osmar Terra voltou a defender a reabertura do comércio. Terra reiterou que ‘lockdown’ não é a solução para diminuir o número de casos e óbitos por coronavírus (covid-19) no Brasil, tendo em vista que a medida não tem embasamento científico.

Para exemplificar como o isolamento social e fechamento do comércio não funcionam, Osmar Terra citou os casos da Itália, França, Inglaterra e Estados Unidos, que mesmo adotando as medidas, registrou muitos casos e óbitos por covid-19.


“A experiência dos últimos meses mostrou que isso não funciona. Os países que mais se fecharam foram os países que tiveram mais alta mortalidade. A Itália, França, Inglaterra, Estados Unidos. Os países que mais fecharam, são os que mais tiveram óbitos. O Brasil está com mais de 15 mil mortos com tudo fechado, pessoas proibidas de andar na praia, de sentar no banco da praia, soldando portas de lojas”, afirmou.

Estrangula a economia

Osmar Terra avaliou ainda que a medida, além de não evitar o número de óbitos, vai “estrangular” a economia do país, gerando ainda mais desemprego e miséria entre a população.

“Essa proposta de estrangular a economia, de paralisar o país para fugir do vírus não funcionou em lugar nenhum do mundo e nem funciona no Brasil. A curva de contágio não achatou e já está no pico, como estaria sem quarentena. Seu único impacto foi recessão, desemprego e multiplicação da miséria”, continuou.

Carnaval

De acordo com um levantamento do Instituto Osvaldo Cruz, o coronavírus começou a circular no Brasil antes mesmo do carnaval. Terra criticou duramente os gestores que insistiram em manter o evento mesmo com a possibilidade real de disseminação do vírus.

“Mesmo assim os governadores decidiram que o carnaval deveria acontecer, que era uma gripezinha igual a outras e o vírus já se espalhando no Brasil. Teve o grande evento de difusão do vírus que foi o carnaval. Logo depois do carnaval começa a epidemia no Brasil”, seguiu.

Contágio

O médico destacou ainda que alguns lugares possuem mais casos que outros e que o isolamento social não interfere no número de casos. Osmar Terra acredita que quando os números começarem a cair nessas regiões, tende também a cair nos demais estados do Brasil.

“Só a cidade de Fortaleza tem o dobro de casos do que o Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul juntos. Isso significa que lá teve uma grande circulação prévia do vírus. Isso não tem nada a ver com quarentena, o Ceará fez quarentena igual ou maior que dos estados do Sul. E quando acabar a pandemia, essa é a experiência com todas as epidemias que vivi ajudei a enfrentar, os principais lugares onde está havendo focos intensos, diminui no resto do país. Ela não vai se espalhar de maneira exponencial em todas as cidades. A maioria das cidades não tem o vírus. Estão com comércio fechado a 40 dias, 50 dias e não tem um caso registrado e boa parte delas não vai ter”, assegurou.

Isolamento não resolve

Terra citou Nova York para exemplificar que mesmo durante a quarentena e isolamento social, muitas pessoas foram infectadas com a covid-19. O ex-ministro disse que em casa, pessoas assintomáticas acabam passando a doença para membros da família que também estão em casa e foi firme ao dizer que existem várias formas de contrair a doença, até mesmo em casa.

“Não há mais esse sentido de ficar em casa e dizer que está protegido, porque o vírus entra em casa de diversas formas. A única maneira de proteger seria se as pessoas tivessem uma cápsula espacial longe de tudo, sem entrar nada do mundo exterior”, disse.

Osmar aproveitou a oportunidade para criticar a imprensa que, segundo ele, está amedrontando a população. “A maneira racional de enfrentar essa doença não é fechando tudo, porque fechar tudo não diminui um doente, não evita uma morte e ao mesmo tempo leva a destruição da economia, empobrecimento, medo que veículos televisivos estão divulgando, o pavor instigado na população faz com que a população acredite que está protegida em casa, que tenha medo, inclusive as pessoas portadoras de câncer que precisam fazer exames regulares e preventivos, hoje não está indo”, seguiu.

Proteger o grupo de risco

O médico destacou ainda a necessidade de proteger as pessoas do grupo de risco, como idosos e pessoas que possuem comorbidades como hipertensão, diabetes e obesidade.

“80% das vítimas do Canadá eram pessoas que moravam em asilos. A mesma coisa na Suécia, que não tem quarentena, as pessoas estão tomando medida de proteção individual, mas 70% dos óbitos foram pessoas que estavam em quarentena fechados em asilos. Temos que proteger os idosos, cada vida não tem preço”, declarou.

Onde estão os testes?

Osmar ainda questiona onde estão os testes e destaca a importância de fazer testagem em larga escala no país para que seja possível a obstrução do rápido contágio. “Onde é que estão os testes? Precisamos que milhões de testes sejam feitos. Todo mundo que teve suspeita tem que ser testado e testadas as pessoas que estiveram com ela nos últimos 14 dias. E a partir daí testar quem deu positivo das outras pessoas, isso é uma grande rede que vai sendo descoberta nas testagens e vai evitando contágio maior, evitando o grupo de risco”, finalizou.

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