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Saúde

OMS pede cautela a países que estão flexibilizando lockdown

Organização Mundial da Saúde citou que processo de reabertura deve ser lento, gradual e requer aprendizado constante.

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, fez um novo alerta nesta segunda-feira, 11, para que os países que estejam flexibilizando os confinamentos e lockdowns impostos no início da pandemia o façam de maneira gradual e cautelosa, pois é um processo difícil, sem resultados conhecidos e que requer aprendizado diário.

Tedros citou que, no fim de semana, foram vistos os primeiros desafios de reduzir as medidas de restrição de movimentação de pessoas em países como Alemanha, China e Coreia do Sul, com novos casos ressurgindo.


"No fim de semana, vimos sinais dos desafios que podem surgir pela frente. Na Coreia do Sul, bares e clubes foram fechados porque um caso de covid-19 foi confirmado e houve muitos contatos rastreados. Em Wuhan, foi identificado o primeiro cluster de casos desde que o lockdown foi suspenso. E a Alemanha também relatou aumento de casos desde o alívio das restrições".

Tedros destacou que os países precisam responder três perguntas antes de pensar na flexibilização: a epidemia está sob controle? O sistema de vigilância de saúde pública é capaz de detectar e gerenciar novos casos e identificar um ressurgimento da pandemia? O sistema de saúde pode lidar com os novos casos que eventualmente surjam após o relaxamento de medidas?

Tedros disse que os três países têm sistemas para detectar e atuar contra o ressurgimento dos casos, mas esse pode não ser o caso de outras nações. "Uma redução das medidas lenta e constante é essencial para estimular as economias e vigiar o vírus, de modo que medidas de controle possam ser implementadas rapidamente (caso necessário)".

O diretor da entidade comentou ainda que está havendo sucesso em reduzir a velocidade do vírus e em salvar vidas. "Essas medidas fortes têm um custo e reconhecemos o sério impacto socioeconômico dos lockdowns, que tiveram um efeito prejudicial na vida de muitas pessoas", reconheceu. "Muitos usaram esse tempo para aumentar sua capacidade de testar, rastrear, isolar e cuidar dos pacientes contaminados, que é a melhor maneira de rastrear o vírus, retardar sua disseminação e aliviar a pressão nos sistemas de saúde".

"O risco de contágio continua alto", salientou Michael Ryan, diretor do programa de emergências da OMS. Segundo ele, os países ainda estão "com os olhos vendados" por não saberem exatamente como serão os resultados dessa flexibilização. Por isso, é preciso que haja dados, parâmetros e acompanhamento intenso na reabertura.

Nesta segunda, países como França, Espanha e Alemanha reduziram o nível de confinamento vigente. Na Espanha e na Alemanha, as medidas já vêm sendo aliviadas rapidamente, enquanto milhões de franceses puderam deixar suas casas sem uma declaração pela primeira vez em quase dois meses.

Escolas e locais de trabalho

Maria Van Kherkove, diretora da área de doenças e zoonoses emergentes da OMS, afirmou que a entidade está ainda analisando os efeitos da covid-19 em crianças, mas está claro que os casos são menores neste grupo. Questionada sobre a reabertura de escolas, respondeu que os diretores e diretoras precisam responder algumas perguntas antes de reabrir salas de aula.

"A circulação do vírus na área é intensa? As escolas podem praticar distanciamento social? É possível organizar as salas de aula, o horário de almoço, deixar as crianças separadas? São muitas considerações a serem levadas em conta, não é apenas se elas devem abrir, é como elas devem reabrir".

As autoridades da OMS destacaram também que os locais de trabalho devem desenvolver planos de ação para prevenção e mitigação da covid-19 para receber novamente os funcionários.

África

A OMS e o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre AIDS (UNAIDS) publicaram um estudo nesta segunda estimando que se não forem feitos esforços para mitigar os problemas nos serviços e suprimentos de saúde durante pandemia, mais de 500 mil pessoas poderiam morrer em decorrência de doenças como AIDS e tuberculose na África Subsaariana.

Há registros de interrupção de terapias e de fornecimento de serviços de saúde fragilizados. "A terrível perspectiva de meio milhão de pessoas na África morrerem de doenças relacionadas à AIDS é como voltar atrás na história", disse Tedros.

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