O Guaíba, localizado em Porto Alegre, teve uma redução de 8 centímetros em seu nível nas últimas 24 horas, de acordo com a medição realizada às 6h15 desta quinta-feira (9) pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) no Cais Mauá. O registro de quarta-feira (8), realizado no mesmo horário, indicava 5,12 metros. Hoje, a medição mostra 5,04 metros, uma diferença de 8 centímetros.
Apesar da diminuição, o Guaíba ainda está mais de 2 metros acima da cota de inundação (3 metros). No entanto, a água que antes avançava sobre as ruas da capital parece estar estável e até recuando em algumas áreas, de acordo com relatos de moradores que têm monitorado o nível das inundações em suas regiões.
O boletim mais recente da Defesa Civil do Rio Grande do Sul manteve o número de mortos em 100 devido às tempestades que atingem o estado. Há outros 2 óbitos sob investigação. O estado tem 130 desaparecidos e 374 feridos registrados. Há 230,4 mil pessoas desabrigadas. Deste total, 67,4 mil estão em abrigos e 163,7 mil estão desalojados (pessoas que se refugiaram nas casas de familiares ou amigos). Dos 497 municípios do RS, 425 relataram algum problema relacionado à tempestade, afetando 1,476 milhão de pessoas.
A área central de Porto Alegre, mais próxima do Guaíba, ficou completamente inundada. O aeroporto e a rodoviária estão inoperantes devido à inundação.
No bairro Menino Deus, onde a prefeitura solicitou a evacuação dos moradores, foram registradas novas inundações, especialmente nas ruas Itororó e José de Alencar. Uma dessas ruas foi usada anteriormente como base para caminhões do Exército Brasileiro e ambulâncias que resgataram pacientes do Hospital Mãe de Deus. “A água avança em algumas ruas devido ao desligamento de algumas bombas de água que ainda estavam em operação. Assim, alguns locais que estavam protegidos por elas também acabam sendo inundados”, explica o professor Fernando Fan, do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da UFRGS.
O maior nível já registrado pelo Guaíba foi de 5,33 metros na manhã de domingo (5). Antes das cotas atingidas em 2024, o recorde era de 1941 (4,76 metros).
Segundo uma projeção do IPH, o Guaíba deve levar pelo menos 30 dias para retornar ao nível abaixo dos 3 metros. Na histórica enchente de 1941, foram necessários 32 dias.