Mateus Rocha
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu exonerar Glauco André Wamburg, que ocupava interinamente o cargo de líder do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), após cinco meses de mandato. O escolhido para assumir de forma permanente a posição é Alessandro Stefanuto, atual diretor de Orçamento, Finanças e Logística da autarquia.
A decisão de substituir Glauco foi motivada pelo aumento da fila de espera por benefícios, suspeitas de uso indevido de passagens e diárias, e pressões internas de grupos ligados ao PT, que questionavam sua escolha desde o início do ano.
Ao assumir a presidência do órgão em fevereiro, Glauco enfrentou o desafio de reduzir um estoque de quase um milhão de benefícios paralisados, uma herança do governo Bolsonaro. No entanto, em vez de diminuir, a fila de espera aumentou 8,5% desde o início do ano. Essa situação se agravou após a implementação da reforma da previdência, em 2019.
Outro problema crônico enfrentado pela autarquia é a redução do quadro de servidores e a falta de estrutura adequada. Atualmente, o INSS conta com metade do número de servidores que possuía há dez anos. Além disso, o órgão enfrenta desafios relacionados aos peritos médicos, uma categoria que não está subordinada ao INSS e é representada pela Associação Nacional dos Médicos Peritos (ANMP), cuja liderança é composta por membros próximos ao bolsonarismo.
Além das questões mencionadas, Glauco é acusado de utilizar passagens pagas com recursos públicos para realizar viagens ao Rio de Janeiro e cumprir compromissos particulares, como ministrar aulas em universidades. No entanto, ele nega qualquer irregularidade.
"Durante minha gestão no INSS, realizei algumas viagens, a maioria delas relacionadas à agenda ministerial. Vale ressaltar que possuo residência no Rio de Janeiro, e estão tentando distorcer essa informação de maneira não verídica", afirmou Glauco.
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