Após uma declaração do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) sobre a participação de mulheres na CPI da Covid, a bancada feminina do Senado decidiu que vai enviar senadoras para todas as sessões do colegiado. O grupo investiga o governo federal na pandemia e o repasse de verbas a Estados e municípios. A cada reunião, pelo menos uma senadora mulher deve estar presente para participar da discussão.
Na primeira reunião da CPI da Covid, a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) acusou o filho do presidente Jair Bolsonaro de ter se manifestado de forma machista ao criticar o que ele definiu como "desinteresse" das parlamentares na comissão.
Flávio Bolsonaro não integra a CPI, mas compareceu para defender o governo do pai. Crítico da composição do grupo, o senadores disse que as mulheres não se indignaram com a formação masculina da comissão - todos os 18 integrantes, entre titulares e suplentes, são homens. "Em primeiro lugar, acho que as mulheres já foram mais respeitadas e mais indignadas. Estão fora da CPI, não fazem questão de estar nela e se conformam em acompanhar o trabalho a distancia", afirmou Flávio.
A declaração foi criticada pela bancada feminina, que apontou um ataque machista do senador. Embora nenhuma mulher faça parte da CPI, qualquer senador pode participar e falar durante as reuniões. Apenas a apresentação de requerimentos e as votações são restritas aos titulares. Nesta quinta-feira, 29, a senadora Leila Barros (PSB-DF) foi à sessão da CPI, que analisa o plano de trabalho do relator, Renan Calheiros (MDB-AL).
"Na minha terra tem um ditado que diz 'Não cutuque onça com vara curta'. Já íamos participar da CPI diuturnamente, porque nada é mais importante para a bancada feminina que entender os erros mortais que mataram centenas de milhares de brasileiros, e continuam matando. Agora, provocadas, estaremos de plantão 24 horas", afirmou a líder da bancada feminina, Simone Tebet (MDB-MS).
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