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Política

Maioria do União Brasil admite apoio a Bolsonaro em 2022

Conforme o levantamento, apenas cinco parlamentar disseram descartar essa possibilidade.

A maioria dos parlamentares do União Brasil, resultado da fusão entre DEM e PSL, não descarta um alinhamento eleitoral com o presidente Jair Bolsonaro em 2022. Levantamento do Estadão com os 87 deputados e senadores da nova sigla mostra que 56 defendem o apoio ou admitem que podem apoiar a reeleição. Apenas cinco disseram descartar essa possibilidade. Os demais não quiseram se posicionar.

O aceno da maior parte dos parlamentares a Bolsonaro diverge do discurso de independência em relação ao Palácio do Planalto adotado por dirigentes da nova sigla, que será a maior força de direita em 20 anos, desde o governo de Fernando Henrique Cardoso, quando o PFL (atual DEM) elegeu 105 representantes. Luciano Bivar (PSL-PE), futuro presidente do União Brasil, e ACM Neto (DEM-BA), que será secretário-geral, afirmam que a intenção é lançar candidato próprio em 2022.


“Não tem porque a gente não ter candidato próprio”, disse Bivar, que atribui o apoio a Bolsonaro à indefinição da nova sigla sobre quem vai lançar. “Não faz sentido alguém estar no partido sem apoiar nosso candidato”, completou ele.

Dos três nomes do União Brasil citados como presidenciáveis, porém, dois já anunciaram que vão migrar para o PSD: o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), e o apresentador José Luiz Datena (SP). Apenas o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS) continua. A nova sigla ainda tentava atrair Sérgio Moro, mas o ex-juiz marcou sua filiação ao Podemos para o próximo dia 10.

A fusão foi aprovada pelas duas siglas em setembro, mas ainda depende de aval do Tribunal Superior Eleitoral para sair do papel. Uma vez oficializado, o União Brasil terá o maior caixa eleitoral no ano que vem, o que deve valorizar o passe da sigla na hora de negociar apoios. Apenas de fundo partidário, dinheiro público que abastece as legendas, mas que pode ser usado em campanhas, serão R$ 158 milhões, acima do PT, o “mais rico” atualmente, com R$ 94 milhões.

A nova sigla terá também a maior fatia do fundo eleitoral, cujo valor ainda deve ser fixado pelo Congresso. Se considerada a soma dos valores de 2020 dos fundos eleitoral e partidário, o novo partido teria R$ 478,2 milhões, à frente do PT, que ficou com R$ 295,7 milhões somando as duas fontes de dinheiro público.

Maior parte dos que defendem apoio a Bolsonaro vem do PSL

A maior parte dos parlamentares que defendem o apoio a Bolsonaro no ano que vem estão hoje no PSL, sigla pela qual o presidente se elegeu em 2018, mas rompeu no ano seguinte. Dos atuais 53 deputados do partido, 36 se posicionaram a favor da reeleição.

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