O PSL desligou todos os 12 vice-líderes do partido na Câmara nessa segunda-feira, 21, depois de mais um capítulo da batalha que nomeou o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) como líder da bancada. O filho do presidente foi confirmado no cargo de liderança após receber o apoio de 28 dos 53 parlamentares da legenda – a lista original tinha 29 nomes, mas um não foi aceito.
A lista dos destituídos, divulgada após a entrega do cargo de líder a Eduardo, é composta em sua maioria por parlamentares ligados ao presidente da legenda, Luciano Bivar (PE). São eles: Dayane Pimentel (BA), Nicoletti (RR), Nereu Crispim (RS), Nelson Barbudo (MT), Júnior Bozzella (SP), Julian Lemos (PB), Joice Hasselmann (SP), Heitor Freire (CE), Felício Laterça (RJ), Coronel Tadeu (SP) e Charles Evangelista (MG).
Também foi desligado da vice-liderança o deputado Daniel Silveira (RJ), que gravou o Delegado Waldir em uma reunião em que ele falava sobre “implodir” o presidente Jair Bolsonaro.
O documento que teve as assinaturas necessárias para levar Eduardo à liderança foi o terceiro apresentado pela ala do partido ligada a Bolsonaro. Na semana passada, uma guerra de listas acabou com uma derrota para o grupo “bolsonarista” da bancada e Delegado Waldir foi mantido no posto.
O grupo de parlamentares do PSL ligados a Bivar prepara um contra-ataque para manter Waldir na liderança da bancada na Câmara. Isso porque, segundo o deputado Júnior Bozzella (PSL-SP), da ala "bivarista", nesta manhã houve uma proposta de "trégua" entre os grupos, costurado pelo ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, com Bivar. O líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO), porém, teria quebrado esse acordo ao apresentar a nova lista pró-Eduardo.
Perda de apoio
A crise entre o presidente Jair Bolsonaro e a cúpula do PSL implodiu o único apoio fiel que o governo tinha na Câmara. Incomodados com a ofensiva do Palácio do Planalto para derrubar Delegado Waldir, deputados do partido ligados ao presidente da sigla, Luciano Bivar (PE), afirmam que passarão a atuar de forma independente, o que significa contrariar os interesses do governo em alguns casos.
Segundo levantamento do Estado utilizando a ferramenta Basômetro, que mede o governismo de deputados e partidos, o PSL é o partido que mais deu suporte às propostas de interesse do governo na Câmara. Parlamentares da sigla votaram com Bolsonaro em 99% das vezes - índice superior a DEM e Novo, que deram 94% dos votos alinhados ao governo.
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