O empresário Eike Batista e seus advogados produziram ao menos oito anexos da sua proposta de delação premiada que será entregue ao Ministério Público Federal (MPF) no Rio. Por enquanto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB) e o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega são os principais nomes citados na coloração de Eike.
Sobre Lula, Eike deve trazer detalhes de lobby que teria sido feito pelo ex-presidente em favor das empresas do grupo X. Porém, o empresário, irá ponderar que o petista nunca fez nenhum pedido formal para que contribuísse nas campanhas eleitorais.
No caso de Mantega, ele pretende detalhar pedido do ministro para que fizesse um pagamento de R$ 5 milhões, no interesse do PT. Eike já prestou depoimento no ano passado à força-tarefa da Lava Jato, em Curitiba, sobre o tema.
- Foto: Luciano Belford/Framephoto/Estadão ConteúdoEike Batista
Já o ex-governador do Rio, Sergio Cabral, teria cobrado propina de ao menos duas empresas de Eike, a petroleira OGX e a OSX, braço de construção naval do grupo.
De acordo com o Estadão, a defesa do fundador do grupo X está agora colhendo anexos de executivos e ex-executivos das empresas de Eike, que podem corroborar as suas declarações. Pelo menos cinco executivos estão colaborando com o caso. O empresário recorreu a eles em busca de detalhes, porque ficava na holding do grupo, a EBX, e não se envolvia no dia a dia das companhias.
Eike foi preso no início do ano pela Operação Eficiência, desdobramento da Calicute (operação que levou Cabral à prisão no ano passado). Atualmente, Eike cumpre prisão domiciliar na sua residência no Jardim Botânico, zona sul do Rio.
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