O juiz Sérgio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância, autorizou que a Polícia Federal instaure inquérito para investigar o ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras, Aldemir Bendine.
Em depoimento de delação, Marcelo Odebrecht e Fernando Reis disseram que Bendine solicitou e recebeu R$ 3 milhões para auxiliar a empreiteira em negócios com a Petrobras. Segundo os delatores, o dinheiro foi pago em espécie através de um intermediário.
De acordo com o G1, o pedido de abertura de inquérito policial foi feito pelo Ministério Público Federal (MPF) no dia 5 de junho. A decisão de Moro é da última sexta-feira (09). "Defiro, sendo necessária a melhor apuração dos fatos antes de qualquer conclusão", disse Moro. Ele determinou ainda que o inquérito seja mantido em sigilo.
- Foto: Wilton Junior / Estadão ConteúdoAldemir Bendine
Bendine era braço direito da então presidente Dilma Rousseff e deixou o comando do banco em 2015 e assumiu a Petrobras com a missão de acabar com a corrupção na companhia. Porém, segundo os delatores, ele já cobrava propina no Banco do Brasil e continuou cobrando na Petrobras.
Ainda segundo os delatores, o pedido de propina foi feita em 2014, quando Aldemir Bendine era presidente do Banco do Brasil. Em depoimento na delação, Fernando Reis, o ex-executivo da Odebrecht disse que foi procurado por um representante de Bendine, o publicitário André Gustavo Vieira da Silva, com uma queixa sobre o ministro da Fazenda Guido Mantega.
"Que o Guido mandava sempre o Aldemir fazer as coisas, que ele fazia, que tinha a percepção que o então ministro Guido Mantega fazia parte da arrecadação e que ele, Bendine, só recebia as ordens e não recebia nada, então ele queria tentar estabelecer conosco um canal para o Aldemir Bendine”, afirmou Fernando Reis.
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