O ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), deverá ser intimidado pela Polícia Federal para prestar esclarecimentos sobre a Operação Cifra Oculta, que investiga um suposto esquema de propina montado a fim de levantar fundos para a campanha à Prefeitura da capital paulista em 2012.
Nesta quinta-feira (1º), o delegado Rodrigo de Campos Costa, chefe do departamento regional de combate ao crime organizado da PF, garantiu que Haddad será convocado. "Com certeza ele vai ser intimado para ser ouvido e dar sua versão sobre os fatos".
O ex-prefeito da capital paulista poderá ser indiciado por participação ou ciência do esquema, segundo o delegado. "Agora, com a investigação, isso vai ficar a critério da autoridade policial que está investigando. Vai analisar as provas colhidas neste momento, as provas produzidas na fase sigilosa e agora na fase ostensiva. Há essa possibilidade".
- Foto: Vagner Campos/G1Fernando Haddad
De acordo com o G1, o inquérito apura o pagamento, pela empreiteira, de dívidas de uma das chapas da campanha de 2012 à prefeitura municipal de São Paulo, referentes a serviços gráficos no valor de R$ 2,6 milhões. A gráfica pertencia a familiares de um ex-deputado estadual.
A dívida teria sido paga por meio de um doleiro, em transferências bancárias e dinheiro vivo, para empresas. Uma empresa mencionada na delação aparece como fornecedora de serviços, com valores informados de R$ 354.450,00. Somente consta na prestação de contas ao TSE outra prestação de serviços gráficos de R$ 252.900,00, valores bem inferiores à soma de R$ 2.600.000,00, que teria sido paga pela empreiteira UTC a gráficas.
Já a assessoria de Haddad afirmou que a "gráfica citada, de propriedade do ex-deputado Francisco Carlos de Souza, prestou apenas pequenos serviços devidamente pagos pela campanha e registrados no TRE." De acordo com a nota, a UTC teve interesses contrariados ao ter contrato cancelado.
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