A senadora Regina Sousa (PT-PI) defendeu maior cuidado com o planeta durante a celebração da Campanha da Fraternidade 2017, durante sessão solene no Senado Federal. A campanha adotou o tema "Fraternidade: biomas brasileiros e defesa da vida" e o lema "Cultivar e guardar a criação". A sessão solene foi solicitada e presidida por Regina Sousa.
Para Regina Sousa, é fundamental dedicação ao tema da preservação dos biomas. "Durante esses dias de Quaresma, preparando-me para a Páscoa, refleti muito sobre o tema da Campanha da Fraternidade, e a minha conclusão é a de que a palavra que precisa calar no fundo dos nossos corações é a palavra "cuidado". Precisamos cuidar da Mãe Terra com o mesmo amor filial que dedicamos às nossas mães biológicas", ressaltou.
- Foto: Lucas Dias/GP1Senadora Regina Sousa
Responsável pela iniciativa, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) quer este ano enfatizar a diversidade de cada bioma brasileiro e motivar relações de respeito com a vida e a cultura dos povos que neles habitam.
A cerimônia reuniu membros da Igreja Católica e de outras religiões, além de representantes do corpo diplomático, inclusive o núncio apostólico Dom Giovanni D’Aniello, que representa o Vaticano no Brasil. O requerimento para a realização da solenidade foi proposto pela senadora Regina Sousa (PT-PI), que também dirigiu os trabalhos.
Temas inadiáveis
Ao abrir a sessão, Regina destacou que há 53 anos a CNBB vem promovendo a Campanha da Fraternidade, sempre no período da Quaresma. A senadora observou que a entidade, “profeticamente”, vem abordando a cada ano um assunto importante, inadiável, a “uma realidade que precisa ser conhecida e debatida à luz dos ensinamentos cristãos”.
Regina lembrou que o meio ambiente recebeu destaque, primeira vez, na campanha de 1979, quando o tema foi "Preserve o que é de todos", mostrando de forma pioneira que a Terra é a nossa casa comum e precisa de cuidados. E observou que a Igreja chama seus fiéis e a sociedade mais uma vez a entender e tratar com respeito o planeta.
Degradação dos biomas
Dom Marcony Vinicius Ferreira, que representou a presidência da CNBB, disse que a campanha de fato realça o termo “cuidado”, como referência ao meio ambiente, “a casa comum”. Observou ainda que a temática dos biomas nacionais ainda é pouco conhecida, e que a campanha pode motivar maior discernimento e atitudes concretas no dia a dia das pessoas.
O padre Luiz Fernando da Silva, secretário executivo das campanhas da CNBB, destacou que a ação neste ano partiu da observação de que está se enraizando nos brasileiros a preocupação com a degradação dos biomas pela desordenada exploração dos recursos, com a progressiva deterioração da qualidade de vida. Na sua visão, isso traduz formas de comportamento egoísta.
Um dos participantes da sessão foi o cientista Ivo Poletto, autor do livro Biomas do Brasil: da exploração à convivência. Em tom crítico, ele observou que as práticas humanas, especialmente nas ultimas sete décadas, estão alterando profundamente o ambiente vital que a Terra levou 4 bilhões de anos para formar. Depois alertou para os riscos gerados por esse processo, a seu ver motivado pela ideia do crescimento econômico sem limites.
"Não podemos esquecer: se alteramos ou impedimos os processos vitais dos biomas, todos os seres vivos, e principalmente nós, a frágil espécie humana, morreremos antes da hora", afirmou.
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