Nessa terça-feira (25), o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu suspender o depoimento do senador Aécio Neves (PSBD-MG) à Polícia Federal (PF). O ministro atendeu a uma solicitação feita pelo próprio Aécio, que pediu que sua defesa tivesse acesso aos depoimentos das outras testemunhas antes de ser ouvido.
Em depoimento à força-tarefa da Lava Jato, o ex-senador Delcídio do Amaral citou o nome de Aécio na participação no esquema de corrupção em Furnas, onde o PP também está envolvido. Segundo Delcídio, o senador tucano era o destinatário de propina em um esquema de corrupção envolvendo a hidrelétrica.
De acordo com a Veja, Delcídio não citou valores que teriam sido repassados ao senador tucano, mas disse que o então diretor de Engenharia de Furnas Dimas Toledo, que ocupava o cargo apoiado pelo PP e por Aécio, tinha um “vínculo muito forte” com o senador do PSDB.
O ministro deferiu o requerimento feito por Aécio. “Ante o exposto, defiro o requerimento do investigado Aécio Neves da Cunha para determinar que a autoridade policial junte aos autos todos os depoimentos de testemunhas já colhidos, franqueando acesso à defesa, e suspenda o interrogatório do requerente, por pelo menos 48 horas, contados da juntada.”
- Foto: Dida Sampaio/Estadão ConteúdoAécio Neves
O ex-senador afirmou ainda que “Dimas operacionalizava pagamentos e um dos beneficiários dos valores ilícitos sem dúvida foi Aécio Neves, assim como também o PP, através de José Janene”.
Em junho de 2016, Mendes autorizou a continuidade das investigações que haviam sido suspensas em maio daquele ano pelo próprio ministro que pediu à Procuradoria Geral da República justificativas para dar continuidade ao caso.
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