Nesta terça-feira (14), o presidente nacional do PMDB e líder do governo no Senado, Romero Jucá (RR), afirmou que a reforma ministerial de Temer será “ampla” e vai atingir 17 ministérios. A reforma tem sido articulada pela pressão dos partidos do chamado “Centrão” (PP, PTB e PR).
Jucá deu essa declaração ao ser questionado se a saída de Bruno Abreu (PSDB) do Ministério das Cidades (o tucano enviou ontem uma carta de demissão) acelerava o processo da reforma ministerial.
“Acho que [a saída de Bruno Araújo] acelera, porque precipita uma discussão, tendo em vista que já há ministério vago. O presidente está avaliando, está discutindo como vai fazer. É uma reforma ampla, são 17 ministérios que ficarão vagos no prazo que o presidente determinar. Então, cabe ao presidente agora começar esse processo e ele vai definir o ritmo das mudanças”, declarou Jucá.
- Foto: Dida Sampaio/Estadão ConteúdoRomero Jucá
O senador afirma ser “muito importante” que a reforma seja feita em entendimento com a Câmara dos Deputados e dos partidos coligados “até para aprovar e agilizar a votação das matérias que existem na Câmara”.
“A reforma ministerial pressupõe o rearranjo da base partidária [...]. A democracia partidária leva as bases a ocuparem espaços partidários e políticos no Executivo”, afirmou. O senador não descartou a hipótese de Temer indicar alguém do PSDB para algum Ministério, mas disse que isso vai ficar na cota pessoal do presidente e não na partidária.
Demissão
Na segunda-feira (13), Bruno Araújo enviou ao presidente Temer uma carta pedindo demissão. Bruno agradeceu ao presidente a oportunidade de comandar o Ministério das Cidades e justificou sua saída do governo porque no PSDB já não há “apoio no tamanho que permita seguir nesta tarefa”.
- Foto: Facebook/Ministério das CidadesBruno Araújo
"Agradeço a confiança do meu partido, no qual exerci toda a minha vida pública, e já não há mais nele apoio no tamanho que permita seguir nessa tarefa", disse na correspondência.
PSDB dividido
O senador Aécio Neves (MG) destituiu o também senador Tasso Jereissati (CE) da presidência interina da sigla. O principal motivo de discordância dos correligionários é a permanência do PSDB no Governo Temer. Jereissati faz parte dos que pedem a saída, Aécio defende a permanência e diz que a sigla deve sair pela porta da frente.
Presidência do PSDB
O governador Geral do Alckmin, que antes da destituição de Jereissati, negava uma possível candidatura à presidência do partido, já admite que possa se candidatar. O nome do tucano seria uma maneira de por em panos quentes e acalmar o clima nos bastidores. Até agora o senador Jereissati e o governador de Goiás, Marconi Perillo, são candidatos à próxima eleição interna do partido, dia 9 de dezembro.
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