O presidente Michel Temer disse neste domingo (27), que é “indigno” e “gravíssimo” um ministro gravar o presidente da República. A afirmação se direcionou às gravações feitas pelo ex-ministro da Cultura Marcelo Calero, que diz ter gravado conversas com Temer e com ministros do governo.
As gravações contém, segundo Calero, momentos em que ministros e o próprio presidente tentam interferir politicamente em uma decisão técnica do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), órgão vinculado ao Ministério da Cultura.
O ex-ministro da Cultura pediu demissão depois de denunciar ter sido pressionado pelo então secretário de Governo, Geddel Vieira Lima, para liberar uma obra de um edifício no centro histórico de Salvador, onde Geddel tem um apartamento. Calero afirmou que Temer também tentou pressioná-lo na questão.
- Foto: Joel Rodrigues/Estadão ConteúdoMichel Temer
"Espero que essas gravações venham a público", disse o presidente, que também afirmou que a atitude de Calero foi de uma “indignidade absoluta". De acordo com o G1, o presidente disse ainda que "não estava patrocinando nenhum interesse privado" ao "arbitrar" a divergência entre Marcelo Calero e Geddel Vieira Lima
"Você verifica que eu estava administrando conflitos de natureza pública. Quando ele falou que não queria despachar, falei para mandar para a AGU", disse. Temer disse que não tomou nenhuma decisão, mas que agora cogita fazer gravações oficiais das audiências na Presidência da República.
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