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Polícia Civil pede prisão preventiva de Georgia Karynne

Georgia Karynne ficou conhecida por ter sido condenada pelo assassinato do policial “Charuto”.

A Polícia Civil do Piauí, por meio da delegada Eliane Morgado Sanches, pediu a decretação da prisão preventiva de Georgia Karynne Aragão de Andrade Coutinho, que está sendo investigada pela suposta prática do crime de estelionato na cidade de Altos. A representação foi ajuizada no dia 11 de abril. Georgia Karynne ficou conhecida no Estado por ter sido condenada pelo assassinato do policial civil Antônio de Pádua, o "Charuto", crime ocorrido no ano de 1997.

A delegada Eliane Morgado, do 14º Distrito Policial de Altos, instaurou inquérito para investigar Georgia Karynne após denúncia de uma mulher que registrou Boletim de Ocorrência afirmando que ela havia subtraído de sua conta bancária um valor de mais de R$ 13 mil.


Segundo a denunciante, o marido de Georgia Karynne, Orlando Filho, afirmou que ela era advogada e trabalhava com empréstimos. A mulher contou que a denunciada teria realizado uma operação de crédito consignado no nome de seu filho, que tem condições especiais e recebe Benefício de Prestação Continuada (BPC). A vítima narrou no Boletim de Ocorrência que a Georgia, munida de todos os seus dados, abriu uma conta no banco Nubank em seu nome, mas sem sua autorização.

Foto: Reprodução/FacebookGeorgia Karynne
Georgia Karynne

Ocorre que o empréstimo no valor de R$ 13.154,47 foi aprovado e o dinheiro foi debitado nessa conta aberta sem a anuência da vítima. A mulher afirma que Georgia Karynne retirou todo o montante oriundo da operação de crédito, por meio de transferências para sua conta e para contas bancárias de outras três pessoas.

A denunciante relata que entrou em contato com Georgia Karynne, e ela assumiu ter retirado o dinheiro e que iria devolver o valor, mas que até lá, iria depositar o valor de R$ 470,00 referente à prestação do empréstimo.

O que diz Georgia Karynne

Interrogada pela Polícia Civil, Georgia Karynne afirmou que a mulher a havia procurado para propor que ela realizasse um empréstimo e as duas dividissem o valor. No entanto, sem maiores explicações, Georgia admitiu que acabou transferindo para sua conta todo o valor, que ficou provisionado em razão de débitos anteriores que ela tinha com o banco.

Pedido de prisão

Diante dos fatos narrados, a delegada Eliane Morgado pediu a prisão preventiva de Georgia Karynne. “A pessoa apontada como autora do delito deste caderno policial tem personalidade devotada ao crime, respondendo a outras ações penais, conforme se extrai da consulta ao Sistema do Tribunal de Justiça”, declarou a delegada.

A delegada também solicitou que a Justiça conceda uma ordem de busca domiciliar no endereço de Georgia Karunne.

Estelionato

Além da condenação pelo assassinato do policial “Charuto”, Georgia Karynne também já foi alvo de outros processos por estelionato. Foi o que destacou a delegada Eliane Morgado, que, durante consulta aos sistemas da Justiça, verificou que ela havia sido denunciada pelo Ministério Público em 11 de fevereiro de 2014, acusada de aplicar golpe de R$ 1.800,00 em uma estudante universitária. A denúncia foi recebida no dia 11 de abril de 2014.

De acordo com o Ministério Público, a vítima relatou que cursava faculdade na mesma turma de Georgia, quando passou por problemas financeiros que ocasionaram um débito na instituição de ensino, o qual não conseguiu negociar junto ao setor financeiro da faculdade e comentou sobre o problema com alguns colegas de turma, dentre eles Georgia, que lhe ofereceu ajuda, afirmando ter um amigo que era funcionário da fundação (entidade mantenedora da FAETE) e poderia facilitar a negociação do débito.

Segundo a vítima, Geórgia passou na Procuradoria-Geral de Justiça, onde estagiava, a pretexto de pegar o dinheiro para repassar ao seu suposto amigo funcionário da fundação, a fim de que fosse quitado o débito e efetuada a sua matrícula na FAETE, tendo entregue o dinheiro.

Já na segunda-feira seguinte, a vítima contou que encontrou com Georgia que lhe disse que não conseguiu falar com o seu amigo porque ele teria viajado. Diante disso, ela solicitou a devolução do dinheiro e do cheque, porém a acusada alegou que os tinha deixado em casa e se comprometeu a entregá-los no dia seguinte.

"A vítima declarou que a acusada ficou a “enrolando” e começou a evitá-la, não comparecendo mais na faculdade e ignorando as suas ligações. Afirmou que conseguiu o endereço da acusada e foi até a casa dela, oportunidade em que ela alegou que não poderia devolver-lhe o dinheiro naquele momento, pois a sua empregada havia furtado. Declarou que disse à acusada que precisava com urgência do dinheiro ou não conseguiria matricular-se na faculdade; que, diante disso, a acusada lhe passou um cheque de R$ 500,00, que foi sacado normalmente. Após, a acusada entregou um cheque empresarial de R$ 1.500,00, mas o cheque “voltou”, pois a assinatura não conferia, conforme informado pelo banco", diz trecho da denúncia.

Ao contar a Georgia o que havia acontecido, a vítima disse que Georgia pediu que ela devolvesse o cheque e que entregaria outro, mas a vítima se recusou, exigindo a entrega do dinheiro.

Posteriormente, a vítima afirmou que foi até a delegacia onde descobriu, através do delegado, que Geórgia se apresentava como advogada e possuía vários clientes, apesar de nem sequer ter concluído o curso de Direito e que chegou a tomar conhecimento de outros “golpes” dados por Geórgia.

Nas alegações finais apresentadas no dia 23 de fevereiro deste ano, o Ministério Público, através da promotora Deborah Abbade Brasil de Carvalho, pediu a condenação de Geórgia Karynne pelo crime de estelionato.

Outra condenação

Ela também já foi condenada a 2 anos e 3 meses de reclusão pelo crime de subtração ou inutilização de livro ou documento oficial. Contudo, a pena privativa de liberdade foi substituída por 2 (duas) penas restritivas de direitos, prestação de serviço à comunidade e limitação de fim de semana.

Caso “Charuto”

No ano de 1997 o policial Antônio de Pádua dos Santos, o "Charuto", que fazia parte do extinto grupo de elite da Polícia Civil “Comando Corisco”, foi assassinado com um tiro em um apartamento do conjunto João Emílio Falcão, região do Cristo Rei, zona sul de Teresina.

Georgia Karynne foi condenada a 13 anos de prisão por matar e jogar álcool para tentar incendiar o corpo e se livrar da acusação. Na cadeia, ela passou a estudar Direito.

Outro lado

Procurada pelo GP1, Georgia Karynne não foi localizada para comentar o caso.

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