Documentos obtidos com exclusividade pelo GP1 apontam que a empresa Locar Transportes (atual LC Veículos ou LC Transportes) uma das empresas investigadas pela Polícia Federal na denominada “Operação Topique”, movimentou entre janeiro de 2013 e dezembro de 2015, considerando operações de débito e crédito, valores que totalizam R$ 346.659.942,39 (trezentos e quarenta e seis milhões, seiscentos e cinquenta e nove mil, novecentos e quarenta e dois reais, trinta e nove centavos).
No mesmo período, a movimentação financeira pessoal do empresário e ex-professor Luiz Carlos Magno da Silva foi de R$ 12.316.764,43 (doze milhões, trezentos e dezesseis mil, setecentos e sessenta e quatro reais, quarenta e três centavos).
A empresa que possuía em 2013 apenas 05 veículos e 06 em 2014, saltou para 63 em 2015, 97 em 2016 e 138 em 2017.
- Foto: Lucas Dias/GP1Polícia Federal no Piauí
Com atuação em apenas 02 municípios no ano de 2012, a empresa passou para 21 em 2013. No período, a quantidade de empregados declarados pela empresa entre janeiro e agosto de 2013 na GFIP variou entre 04 e 12, incluindo o sócio Luiz Carlos Magno da Silva, sendo que seria necessário, apenas para o município de Campo Maior/PI (sem considerarmos os outros vinte municípios) pelo menos 64 motoristas.
O empresário é sócio da empresa desde 2011 e exerceu, entre os anos de 2008 e 2009, o cargo comissionado de Superintendente Institucional da Secretaria de Educação do Estado do Piauí. O setor é responsável por distribuir entre as Gerências Regionais de Educação (unidades administrativas descentralizadas da SEDUC nos municípios do interior) os serviços de transporte escolar custeados pelo Governo do Estado, além de ser responsável por estabelecer contatos com os gestores públicos municipais e definir políticas públicas de transporte escolar.
A empresa se transformou em pouco tempo na maior empresa prestadora de serviços de transporte escolar do estado, com faturamento anual de dezenas de milhões de reais.
Luiz Carlos foi filiado ao Partido dos Trabalhadores da cidade de São João da Serra de 2003 a 2013.
A Operação
A Operação Topique desarticulou uma organização criminosa formada por várias empresas que são acusadas de fraudarem licitações e de desviarem recursos públicos destinados à prestação de serviços de transporte escolar ao Governo do Estado e Prefeituras Municipais no Piauí e no Maranhão, custeados pelos recursos do Programa de Apoio ao Transporte Escolar (PNATE) e do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB).
As empresas investigadas receberam, entre os anos de 2013 e 2017, em torno de R$ 297 milhões pagos por mais de 40 prefeituras municipais e pelo Governo do Piauí, envolvendo transporte escolar e locação de veículos. O valor do potencial prejuízo ao erário no período é superior a R$ 119 milhões. A operação contou com a atuação de 170 policiais federais e de 9 auditores da CGU.
Foram presos 21 empresários e duas servidoras da SEDUC.
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