Cada vez mais presente na cidade de Teresina, a arte de rua é uma manifestação artística que tem conseguido mudar a paisagem da capital piauiense e tem conseguido revitalizar alguns espaços que antes estavam abandonados.
Os grafiteiros usam temas diversos para a realização dos trabalhos, alguns até mesmo fazendo críticas sociais e políticas. O tatuador e grafiteiro Marcus Batista é o criador da página “Arte Urbana” que divulga os trabalhos dos grafiteiros que atuam no Estado do Piauí.
- Foto: Lucas Dias/GP1Arte feita por Marcus
Marcus explicou que desde que teve contato com o grafite, não conseguiu parar. “Em 2014 eu fui apresentado a um amigo, ao movimento Hip Hop, pois o grafite é um dos quatro elementos do Hip Hop, e quando eu tive esse contato, comecei a desenvolver um trabalho nessa área e iniciando a minha trajetória, a minha arte por aí, mas antes eu era tatuador e já desenvolvia trabalhos com design. Eu costumo muito trabalhar com o estilo de letras, conhecido como WildStyle, também trabalho muito com personagens, além de procurar trabalhar um pouco com realismo que é uma coisa que eu gosto”, explicou.
Ele explicou que decidiu criar a página Arte Urbana, para unir os grafiteiros da região. “A Arte Urbana teve início em meados de 2015 com uma necessidade de nós mesmo, porque estavam surgindo muitos grafiteiros, mas as pessoas não se conheciam, então a ideia era de além divulgar os trabalhos, fazer que os grafiteiros se conhecessem”, afirmou o tatuador.
Conhecida como uma arte de rua, Marcus acredita que cada vez mais o grafite tem sido aceito pela população. “O grafite a cada dia que passa, está sendo mais aceito na sociedade, uma aceitação bem melhor do que antes. Tanto que aqui em Teresina temos a Potycabana, onde vários grafiteiros foram convidados para fazer esse trabalho dentro do parque. O grafite tem uma variedade grande de expressões, pois não se prende a regras e nem preconceito. Até porque é uma arte periférica, as pessoas que começaram a desenvolver não se prendiam a certos conceitos e regras”, explicou.
- Foto: Lucas Dias/GP1Arte Urbana feita por Marcus
O crescimento desse tipo de arte, muitos grafiteiros estão sendo contratados para fazerem trabalhos específicos. Para Marcus, por ser considerada uma arte da periferia, muitos ainda não recebem o valor devido pelo trabalho que é realizado.
“A sociedade já tem o grafite bem aceito, o que está faltando é a questão profissional, uma valorização do nosso trabalho, pela história do grafite, por ser uma arte marginal as pessoas acabam não levando tão a sério no quesito profissional”, criticou.
Marcus ainda esclareceu que a pichação é diferente do grafite, mas que considera que as duas são formas de artes. “O grafite também é vândalo, na grande maioria das vezes, a única questão de um para outro, é que enquanto o pichador quer bater de frente com a sociedade, como pichar órgãos públicos, onde ele que ser notado, já o grafite é feito em terrenos baldios, em locais abandonados, para fazer que a sociedade veja aquele espaço. Agora, não que todo lugar que a gente vai chegar a gente vai pedir autorização, então nesse quesito a gente pode ter uma questão de vândalo. Ambas são artes, agora são contextos diferentes e estéticas diferentes”, esclareceu.
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