Em alusão ao Dia Internacional da Mulher, comemorado nesta sexta-feira (8), o Tribunal de Justiça do Estado do Piauí (TJ-PI) juntamente com a Corregedoria Geral de Justiça (CCJ-PI) realiza uma Roda de Conversa com a juíza Keylla Ranyere, delegada Eugênia Villa e a deputada federal Margarete Coelho.
“Eu acho importante esse diálogo, acho importante a abertura para discussão porque precisa muito a mulher se identificar naquele poder. O que acontece muito é que a mulher chega no Poder Judiciário e não se enxerga ali, não vê mulheres naquele poder e se sentem fragilizadas por conta disso. Então abrir oportunidade de diálogo é muito importante para que ela se fortaleça inclusive na luta por esse espaço e por seus direitos”, afirmou a juíza Keylla Ranyere, da terceira vara da família.
O presidente do TJ-PI, Sebastião Ribeiro Martins, avaliou o estado como “machista e patriarcal” e lamentou o aumento de casos de violência contra a mulher no Piauí.
“Sabemos que vivemos no estado do Piauí, que é um estado machista, patriarcal e nós observamos que houve um grande aumento da violência contra a mulher. Não só a violência física, mas a violência psicológica das mulheres. Nós elegemos como uma das nossas metas que vamos fortalecer uma rede de combate à violência familiar e doméstica contra a mulher”, afirmou o presidente.
O promotor Francisco de Jesus aproveitou a oportunidade para cobrar o Judiciário sobre ferramentas para inibir eventuais agressores.
“A Justiça tem que amparar em todos os aspectos, quer seja nos aspectos de empoderamento, seja no aspecto de aplicação da lei Maria da Penha. Hoje o índice de violência contra a mulher é altíssimo, tem que haver uma repressão grandiosa para que possa inibir eventuais agressores e salvar vidas dessas mulheres”, disse o promotor.
Francisco de Jesus também frisou a disparidade entre a mulher negra e a mulher branca na sociedade. De acordo com o promotor, as mulheres negras são as que mais sofrem violência doméstica.
“Se você olhar o recorte são poucas mulheres que ocupam espaço de poder e são menos ainda as mulheres negras que ocupam espaço de poder no âmbito executivo, legislativo e no próprio poder judiciário. Nós queremos corrigir essa situação. Se somos 80% de uma população negra, onde estão essas mulheres?”, questionou o promotor.
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