Foi realizada, na manhã desta quinta-feira (06), no plenarinho da Assembleia Legislativa do Estado do Piauí (Alepi), audiência pública para discutir os procedimentos adotados pela Equatorial Energia, que assumiu o controle da Cepisa, como demissões e aumento de tarifas.
A audiência foi solicitada pelos deputados Francisco Limma (PT) e Flora Izabel (PT) após pedido do Sindicato dos Urbanitários e de servidores que foram demitidos depois da privatização da empresa. Nenhum representante da Equatorial participou da audiência.
- Foto: Lucas Dias/GP1Francisco Limma
Para Limma, que presidiu a audiência, a demissão de servidores deve ser feita de forma que todos participem: “Tem que ser feito um plano de demissão incentivada, pactuada com os servidores, com participação do Governo do Estado, da Justiça do Trabalho, da empresa e até do Ministério Público para que a coisa não seja feita à revelia”, afirmou.
“Então esta audiência traz à tona questões importantes que o Governo do Estado e Assembleia Legislativa têm que se posicionar. É uma pena que a empresa não se fez comparecer, embora tenha justificado, que recebeu o convite muito em cima da hora, por isso deveremos apresentar algum requerimento convocando a empresa para o plenário da Assembleia Legislativa”, disse Limma.
O deputado criticou ainda o recente aumento na tarifa de energia no Estado: “Hoje, a tarifa do Piauí está entre as maiores do Brasil e em novembro de 2017 teve reajuste de 27 %. Em dezembro teve um outro reajuste de 13%, nós temos 40% de aumento em um período que a inflação foi de apenas 7%. Enquanto entre 2008 e 2006 nós tivemos um reajuste de 46% e a inflação foi 52%”, declarou.
“Por isso nós precisamos discutir com a empresa, discutir com os órgãos reguladores, no caso ANEEL, para ver se não está acontecendo nenhum abuso por que é parte da nossa missão enquanto parlamentar defender os consumidores”, enfatizou.
- Foto: Lucas Dias/GP1Paulo Sampaio
Paulo Sampaio, presidente do Sindicato dos Urbanitários, criticou a ausência de representantes da Equatorial: “Não mandou representantes, alegou motivos informados de última hora, mas nós mantivemos a audiência, até por que essa discussão é com a sociedade. Os encaminhamentos dessa audiência, eles irão tomar conhecimento posteriormente. Não teria como adiar para a próxima semana, nós temos questões também lá no Tribunal Regional do Trabalho para tratar, inclusive com a Equatorial com relação a essa questão das demissões”, falou.
Sindicatos e entidades afins compuseram a mesa dos debates, como Paulo Bezerra, presidente da CUT; Paulo Sampaio, presidente do Sindicato dos Urbanitários; Raimunda Nonata, do conselho da Cepisa; Florentino Filho, presidente do Sindicato dos Engenheiros e o ex-vereador Décio Solano, assessor do Palácio de Karnak, representando o governador Wellington Dias.
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