Representantes de sindicatos invadiram na manhã dessa quinta-feira (29) o gabinete do secretário estadual de Fazenda, Rafael Fonteles. Eles afirmam que o governo tem descontado dos salários dos servidores a contribuição sindical, mas pelo menos há três meses os valores não são passados para as entidades. Se não entrarem em um acordo, as categorias estudam fazer uma greve geral.
O presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Piauí (Sinpolpi), Constantino Júnior, afirmou que se há o desconto na folha dos servidores, o repasse precisa ser feito. “Estamos reivindicando que o governo repasse as nossas consignações, pois estão inviabilizando o funcionamento dos sindicatos e associações. Eles estão se apropriando de um dinheiro que não é do Estado e usando inclusive para bancar despesas administrativas. Temos uma situação aqui delicada, os sindicatos estão praticamente fechando as suas portas porque não tem dinheiro para bancar as despesas básicas, como aluguel, água luz, telefone. O governador Wellington Dias, que veio de um movimento sindical, é do Partido dos Trabalhadores, está inviabilizando os sindicatos, pois não repassa aquilo que é de direto nosso. A última vez que recebemos consignações foi referente ao mês de agosto. Isso é uma irresponsabilidade total”, criticou.
- Foto: Cinara Taumaturgo/ GP1 Sindicatos protestam na Secretária da Fazenda
O presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários (Sinpoljuspi), Kleiton Holanda, afirmou que vão buscar um acordo, mas se a situação não for resolvida, poderá ser articulada uma greve geral envolvendo várias categorias.
“Estamos tentando dialogar com o governo que está tentando fugir da conversa. Vamos exaurir todas as questões em relação a conversa e se não funcionar, vamos articular com as categorias, já podendo iniciar o ano com greve, não só por causa do repasse, mas o mal trato do governo com os trabalhadores, que estão passando por dificuldades”, destacou.
A coordenadora geral da Associação dos Docentes da Uespi (ADCESP), Rosangela Assunção, afirmou que os servidores entendem a importância do repasse para que os sindicados e associações briguem pelas categorias. “Na ADCESP, o nosso principal problema é o repasse, onde fazemos os pagamentos dos funcionários, temos que manter a estrutura da entidade, além disso, na Uespi o governo não está respeitando a progressão e promoção dos professores, então quando o mês e a progressão não é implantada no contracheque, mesmo assim eles [servidores] continuam contribuindo porque entendem que deve ser mantida a luta. Precisamos do dinheiro para manter a nossa estrutura”, explicou Rosângela.
Rafael Fonteles não estava no local e os membros do sindicato afirmaram que só iriam sair do gabinete se falassem com algum representante. Eles informaram que cerca de R$ 1.300.000,00 milhão deve ser repassado por mês pelo governo para todos os sindicatos e associações.
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