O Ministério Público do Piauí (MP-PI), por meio da 1ª Promotoria de Justiça de Bom Jesus, apresentou ao juiz daquele município uma solicitação pedindo a internação provisória dos quatro adolescentes envolvidos no estupro coletivo de uma jovem de 17 anos, ocorrido na madrugada da última sexta-feira (20), na cidade localizada ao Sul do Estado.
Na representação, a promotora responsável pelo caso, Gabriela Santana, pede para que os acusados K.S.S., W.O.R.J, B.D.F e M.V.A fiquem internados por 45 dias, e que nesse período seja realizados um estudo psicossocial com eles e seus familiares. Vale ressaltar que não é possível a prorrogação da internação provisória.
Entenda o caso
Uma adolescente foi embriagada e estuprada por cinco homens na última sexta. O quinto e único elemento maior de idade, identificado por Roberto Silva de Oliveira foi preso um dia após o crime. A vítima foi encontrada seminua, amarrada e amordaçada com a própria calcinha em uma obra abandonada e socorrida por populares.
Ontem (23) o Núcleo de Promotorias de Justiça de Defesa da Mulher Vítima de Violência Doméstica e Familiar (Nupevid) divulgou uma nota de repúdio sobre o caso.
Confira na íntegra
O Núcleo de Promotorias de Justiça de Defesa da Mulher Vítima de Violência Doméstica e Familiar (Nupevid) vem manifestar publicamente seu mais profundo repúdio ao estupro coletivo, ocorrido no último sábado (21/05/2016), no município de Bom Jesus, região Sul do Piauí, envolvendo uma adolescente de 17 anos.
Mais uma vez, a sociedade piauiense assiste perplexa à extrema violência contra a mulher. O lamentável ocorrido reforça o sexismo e o machismo exacerbado existentes na sociedade, que ainda preserva características patriarcais e enxerga a mulher como mero objeto sexual, uma concepção formulada por uma sociedade que permanece estruturalmente machista.
Assediar e agredir uma mulher que se nega a manter qualquer tipo de contato, ou encontra-se fora de sua plena capacidade de discernimento, é um desrespeito incalculável e transmite a toda a sociedade que a mulher não é sujeito de direitos, mas sim um objeto que existe para satisfazer as vontades masculinas.
Oportuno lembrar a Convenção de Belém do Pará, que em seu artigo 6? indica que “é direito de toda mulher ser valorizada e educada livre de padrões estereotipados de comportamento e costumes sociais e culturais baseados em conceitos de inferioridade e subordinação”.
A busca pela efetivação dos direitos humanos das mulheres tem como imperativo o enfrentamento a todas as manifestações que legitimam, naturalizam ou justificam a violência de gênero. O Nupevid entende que situações como a que ocorreu no município de Bom Jesus vão de encontro a esses princípios, na medida em que representam um desvalor à figura da mulher.
Ressalta-se, pois, que o enfrentamento a todo tipo de violência contra a mulher é uma pauta fundamental para a construção de relações sociais mais justas e igualitárias. Dessa forma, reforçamos nosso total repúdio ao ocorrido na cidade de Bom Jesus e reafirmamos o compromisso com o respeito aos direitos humanos das mulheres, espelhado nos projetos desenvolvidos pelo Nupevid e na luta diária pelo reconhecimento da mulher como ser de direitos, no fim das relações de opressão existentes na sociedade e no enfrentamento à violência.
Na representação, a promotora responsável pelo caso, Gabriela Santana, pede para que os acusados K.S.S., W.O.R.J, B.D.F e M.V.A fiquem internados por 45 dias, e que nesse período seja realizados um estudo psicossocial com eles e seus familiares. Vale ressaltar que não é possível a prorrogação da internação provisória.
Entenda o caso
Uma adolescente foi embriagada e estuprada por cinco homens na última sexta. O quinto e único elemento maior de idade, identificado por Roberto Silva de Oliveira foi preso um dia após o crime. A vítima foi encontrada seminua, amarrada e amordaçada com a própria calcinha em uma obra abandonada e socorrida por populares.
Ontem (23) o Núcleo de Promotorias de Justiça de Defesa da Mulher Vítima de Violência Doméstica e Familiar (Nupevid) divulgou uma nota de repúdio sobre o caso.
Confira na íntegra
O Núcleo de Promotorias de Justiça de Defesa da Mulher Vítima de Violência Doméstica e Familiar (Nupevid) vem manifestar publicamente seu mais profundo repúdio ao estupro coletivo, ocorrido no último sábado (21/05/2016), no município de Bom Jesus, região Sul do Piauí, envolvendo uma adolescente de 17 anos.
Mais uma vez, a sociedade piauiense assiste perplexa à extrema violência contra a mulher. O lamentável ocorrido reforça o sexismo e o machismo exacerbado existentes na sociedade, que ainda preserva características patriarcais e enxerga a mulher como mero objeto sexual, uma concepção formulada por uma sociedade que permanece estruturalmente machista.
Assediar e agredir uma mulher que se nega a manter qualquer tipo de contato, ou encontra-se fora de sua plena capacidade de discernimento, é um desrespeito incalculável e transmite a toda a sociedade que a mulher não é sujeito de direitos, mas sim um objeto que existe para satisfazer as vontades masculinas.
Oportuno lembrar a Convenção de Belém do Pará, que em seu artigo 6? indica que “é direito de toda mulher ser valorizada e educada livre de padrões estereotipados de comportamento e costumes sociais e culturais baseados em conceitos de inferioridade e subordinação”.
A busca pela efetivação dos direitos humanos das mulheres tem como imperativo o enfrentamento a todas as manifestações que legitimam, naturalizam ou justificam a violência de gênero. O Nupevid entende que situações como a que ocorreu no município de Bom Jesus vão de encontro a esses princípios, na medida em que representam um desvalor à figura da mulher.
Ressalta-se, pois, que o enfrentamento a todo tipo de violência contra a mulher é uma pauta fundamental para a construção de relações sociais mais justas e igualitárias. Dessa forma, reforçamos nosso total repúdio ao ocorrido na cidade de Bom Jesus e reafirmamos o compromisso com o respeito aos direitos humanos das mulheres, espelhado nos projetos desenvolvidos pelo Nupevid e na luta diária pelo reconhecimento da mulher como ser de direitos, no fim das relações de opressão existentes na sociedade e no enfrentamento à violência.
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