Padre Walmir entra com queixa-crime contra vereador Diogenes

O prefeito de Picos, Padre José Walmir de Lima (PT), ingressou junto ao Tribunal de Justiça do Estado do Piauí (TJ-PI), com uma queixa-crime contra o vereador Diogenes Nunes Medeiros (PPS). O parlamentar foi notificado na tarde de quinta-feira, 25, minutos antes do início da sessão ordinária e reagiu com indignação.

O motivo da representação criminal foi uma postagem do vereador Diógenes Medeiros (PPS) em sua página pessoal no Facebook, que o prefeito Padre Walmir (PT) considerou como ofensiva a sua honra. O texto foi postado no dia 16 de outubro de 2015 e teria sido curtido mais de 330 vezes e compartilhado mais de 180 vezes.
O texto da postagem é o seguinte: “Padre Walmir, cadê o dinheiro do concurso público?”. Na representação, o prefeito de Picos argumenta que o vereador Diogenes Medeiros estaria insinuando que ele [Padre Walmir] teria se apropriado indevidamente do dinheiro das inscrições.

O gestor argumenta ainda que, além da postagem feita pelo vereador Diogenes Medeiros, vários comentários ofensivos de terceiros dirigidos a ele [Padre Walmir] são exibidos em conjunto na página pessoal do parlamentar. Dentre as frases estão. “Não chame essa coisa de padre não e sim de ladrão” e “padre maldito” são alguns exemplos.
Dessa forma, acredita o Padre Walmir, o vereador Diogenes Medeiros imputou a ele [gestor] um fato definido como crime, afirmando que o mesmo teria se apropriado indevidamente dos valores referentes à inscrição do concurso público da Prefeitura de Picos. Portanto, deve responder pelo crime de calúnia, previsto no artigo 138 do Código Penal.

Diógenes reage

Dizendo-se surpreso com a atitude do Padre Walmir (PT), o vereador Diogenes Medeiros (PPS) usou a tribuna da Câmara Municipal de Picos na sessão de quinta-feira à tarde para contra-atacar. Segundo o parlamentar, as postagens de que trata a queixa-crime ele vem fazendo há muito tempo e vai continuar.
“O prefeito está querendo me intimidar com uma queixa-crime achando que eu vou ficar calado diante dos desmandos que ele está cometendo. Vou não! Continuarei fiscalizando e cobrando todos os dias” - garante Diogenes Medeiros.

O parlamentar lembra que o artigo 71 da Lei Orgânica do Município diz que a voz do vereador é inviolável não apenas no parlamento, mas em qualquer lugar dentro do exercício do mandato. “Estou criticando o atraso, pois mais de dez mil pessoas fizeram inscrição no concurso e até hoje o dinheiro não foi devolvido, algo perto de 700 mil reais”, explica Diogenes.
Como o vereador Diogenes Medeiros tem foro privilegiado, a queixa-crime está tramitando na 2ª Câmara Especializada Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Piauí. O relator é o desembargador Erivan Lopes. Após a notificação, que ocorreu na quintafeira, o parlamentar tem quinze dias para apresentar a sua defesa.