A juíza Lucyane Martins Brito , da 1ª Vara Criminal da Comarca de Teresina, proferiu despacho determinando que o administrador Adailton Maturino dos Santos , falso cônsul acusado de formação de quadrilha e corrupção ativa, constitua um novo advogado no prazo improrrogável de 15 dias. A decisão foi tomada após o atual defensor falhar em apresentar a defesa escrita, mesmo após intimação, o que a magistrada interpretou como possível abandono de causa. Esta omissão poderia comprometer seriamente a defesa do acusado e a integridade do processo.

Atenta aos princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório, a juíza também estabeleceu medidas de contingência. Caso Maturino não nomeie um novo advogado dentro do prazo estipulado, a Defensoria Pública do Piauí será automaticamente designada para representá-lo, garantindo assim seus direitos processuais.

Foto: Reprodução/Facebook
Adailton Maturino

Uma carta precatória foi expedida para o Tribunal de Justiça do Distrito Federal no dia 22 de fevereiro deste ano

"Cônsul" foi preso no Piauí em 2014

O caso de Maturino tem um histórico controverso que remonta a 2014. Naquele ano, ele foi preso junto com dois advogados pelo Grupo de Repressão ao Crime Organizado (Greco), acusado de subornar uma faxineira da Corregedoria Geral de Justiça em troca de informações sobre um processo administrativo. Após um mês de prisão preventiva, Maturino foi solto pelo juiz Luiz de Moura Correia, da Central de Flagrantes, sob a condição de não se ausentar de Teresina sem prévia comunicação.

O envolvimento de Maturino em atividades suspeitas não parou por aí. Em 2018, ele retornou ao Piauí alegando ser cônsul de Guiné-Bissau, chegando a ser recepcionado por autoridades locais. Mais recentemente, em 2021, Maturino foi novamente noticia na imprensa nacional ao ser preso pela Policia Federal na Operação Faroeste, acusado de ser o mentor de um esquema de venda de decisões judiciais que envolvia desembargadores do Tribunal de Justiça da Bahia. Ele permaneceu preso até 2022, quando foi libertado por decisão do Superior Tribunal de Justiça.