A Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi) está investigando o caso de um paciente com quadro de encefalite (inflamação no cérebro), possivelmente ocasionado pelo vírus da raiva. O homem de 56 anos, residente na zona rural de Piripiri, foi atacado no dia 15 de julho por um macaco conhecido popularmente como “sagui” ou “soinho”.

Em nota divulgada nesta quarta-feira (14), a Sesapi informou que o paciente está internado no Instituto de Doenças Tropicais Natan Portella, em Teresina. Ele deu entrada no Hospital Regional Chagas Rodrigues, em Piripiri, no último dia 12 e foi transferido para a capital na mesma data.

Foto: Divulgação/Ascom
Instituto de Doenças Tropicais Natan Portella

O homem começou a apresentar sintomas no dia 6, mas foi procurar atendimento médico somente seis dias depois. Ele tinha quadro de vômito, aumento da saliva e episódios de desmaio.

Diante da suspeita de raiva humana, amostras do paciente foram colhidas e enviadas ao Laboratório Central do Piauí (Lacen), que encaminhou o material ao Instituto Pasteur, em São Paulo, laboratório de referência para exames de raiva, conforme protocolo estabelecido pelo Ministério da Saúde.

“A Sesapi segue acompanhando o caso e orienta a população quanto ao contato com animais silvestres e, em casos de incidentes, procurar imediatamente uma unidade de saúde. A Sesapi reforça ainda que a vacinação dos animais (cães e gatos) é a única forma de se evitar a doença”, consta na nota da secretaria.

Ainda conforme a Sesapi, o Ministério da Saúde orientou à Secretaria Municipal de Saúde de Piripiri que seja feito, o mais breve possível, um levantamento da cobertura vacinal de cães e gatos da cidade, embora o caso em questão envolva um macaco.

Raiva

Doença infecciosa viral aguda grave, a raiva consiste em uma encefalite progressiva e aguda com letalidade de aproximadamente 100%, acometendo mamíferos, inclusive humanos. É causada pelo vírus do gênero Lyssavirus, da família Rabhdoviridae.

A raiva é transmitida a humanos pela saliva de animais infectados, sobretudo por meio de mordidas, podendo também ser transmitida pela arranhadura e/ou lambedura desses animais. O período de incubação do vírus varia entre as espécies, desde dias até anos, com uma média de 45 dias no ser humano, podendo ser mais curto em crianças.