A nova desembargadora Lucicleide Pereira Belo , eleita pelo Tribunal de Justiça do Piauí (TJ-PI) nesta sexta-feira (14), afirmou que a escolha do seu nome para compor a mais alta instância da Corte Estadual é o início da reparação de uma dívida que o Poder Judiciário, de modo geral, tem com as mulheres.
Lucicleide Belo falou da importância da nova resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que prevê ações afirmativas para garantir a paridade de gênero no Judiciário brasileiro.
“É uma dívida com as mulheres que está sendo resgatada, porque têm muitas mulheres capacitadas, importantes, que podem estar nos pontos mais altos de sua carreira. Então, com essa resolução do CNJ nós agradecemos muito, pois torcemos para que tivesse a inclusão da mulher. Não é tirar homens, é incluir as mulheres nos lugares em que elas têm mais dificuldades para entrar”, declarou a nova desembargadora em entrevista à imprensa logo após a sessão em que foi eleita.
A magistrada ressaltou que enfrentou percalços durante sua trajetória na magistratura, mas conseguiu alcançar seu grande objetivo. “Algumas vezes quis desistir, mas quando eu via lugares que poderiam ser ocupados por mulheres, eu desistia de desistir. E hoje é resultado de um caminho que eu percorri durante trinta e cinco anos de magistratura. Percorri e cheguei vitoriosa, com esse sonho de ser desembargadora”, completou.
Eleita por 19 votos, Lucicleide Belo concorreu com as juízas Maria Luiza de Moura Mello e Freitas, Elvira Maria Osório Pitombeira Meneses de Carvalho, Haydée Lima de Castelo Branco e Maria Célia Lima Lúcio.
Nova regra do CNJ
A vaga foi disputada exclusivamente por juízas, conforme as novas regras do CNJ, que preveem ações afirmativas de gênero no âmbito do Poder Judiciário brasileiro.
Com a eleição, o Tribunal de Justiça do Piauí se tornou o primeiro tribunal do país a realizar uma escolha de desembargadora com base neste normativo.