A Fundação Municipal de Saúde (FMS) confirmou, nesta quarta-feira (10), três casos de Febre do Oropouche em Teresina. Os pacientes foram atendidos na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Renascença em março deste ano, sendo que dois deles são residentes da zona sudeste da capital.
Segundo o Ministério da Saúde, a Febre do Oropouche é uma doença causada por um arbovírus (vírus transmitido por artrópodes) do gênero Orthobunyavirus, da família Peribunyaviridae. Os sintomas são parecidos com os da dengue e da chikungunya: dor de cabeça, dor muscular, dor nas articulações, náusea e diarreia.
Os casos em Teresina foram confirmados por exames de biologia molecular (RT-PCR) realizados no Laboratório Central de Saúde Pública do Piauí Dr. Costa Alvarenga (LACEN-PI). Os pacientes apresentavam suspeita inicial de dengue, receberam medicações, tiveram amostras de sangue colhidas e foram liberados para tratamento domiciliar. Todavia, os testes para dengue resultaram negativos.
De acordo com o diretor de Vigilância em Saúde da FMS, Walfrido Salmito, a suspeita é de que se trate de um caso de transmissão local (autóctone). “Os pacientes não estiveram em outra cidade ou estado recentemente – o que leva a crer em transmissão autóctone, embora ainda não se possa determinar o local exato onde foram infectados”, disse.
Walfrido Salmito explica que a detecção destes casos é considerada um evento atípico, uma vez que a doença não é considerada endêmica no Piauí. O primeiro caso no Estado foi confirmado em 2021. À época, foi identificada a presença do mosquito transmissor da Febre do Oropouche no entorno do domicílio do paciente.
Transmissão
A transmissão da doença se dá principalmente por mosquitos. Depois de picar uma pessoa ou animal infectado, o vírus permanece se multiplicando no mosquito por alguns dias, e quando esse mosquito pica outra pessoa saudável, pode transmitir o vírus para ela.
Ainda conforme a FMS, há dois tipos de ciclos de transmissão da doença: silvestre e urbano. No primeiro, animais como bichos-preguiça e macacos são os hospedeiros do vírus. O mosquito Culicoides paraenses, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora, é o principal transmissor nesse ciclo. Já no ciclo urbano, os humanos são os principais hospedeiros do vírus e o maruim também é considerado como principal vetor. Contudo, mosquitos da espécie Culex quinquefasciatus, um tipo de “muriçoca”, pode, ocasionalmente, transmitir o vírus a humanos.
Prevenção
Como forma de prevenir a doença, a população deve evitar a proliferação de criadouros de mosquitos. Durante visitação a regiões de mata, é fundamental que sejam utilizadas roupas de mangas compridas e repelentes sobre as áreas expostas de pele.
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