Integrantes de vários movimentos sociais como o Movimento Sem Terra (MST), Movimento das Mulheres Quebradeiras de Coco, Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Movimento dos Atingidos por Barragens (MBA) e indígenas invadiram, na manhã desta quarta-feira (08), a sede da Equatorial Piauí, localizada no Centro de Teresina.
De acordo com Maria da Conceição, coordenadora do MBA, a intenção dos manifestantes é melhorar os serviços prestados pela Equatorial nas comunidades do interior do Piauí. “Estamos esperando uma comissão da empresa para sentarmos e conversar sobre a má qualidade do serviço, falta de energia, valores de tarifas. Vamos ficar até nos atenderem, nós queremos é ajudar a melhorar os serviços”, afirmou.
“A nossa luta é para denunciar preços abusivos nas tarifas. Nós somos mulheres camponeses que pagam R$ 200,00 numa tarifa de energia, e passamos semanas sem energia elétrica, temos eletrodomésticos queimados”, pontuou Maria da Conceição.
“Nós viemos trazer estes fatos à Equatorial, porque muitas vezes nos municípios, nas comunidades pequenas é uma agência de um metro quadrado com um funcionário que não dá para atender a demanda. Já a outra pauta é a tarifa digital, porque nas pequenas comunidades não temos acesso à internet”, declarou Maria da Conceição.
Maria Irene de Sousa, da comunidade quilombola de São João da Varjota, também criticou o valor da tarifa de energia elétrica. "A gente está reivindicando nossos direitos devido a [conta de] luz estar muito alta nas comunidades, e como não temos condição, a gente passa fome. Porque quando chega o momento de pagar energia, tem que pagar ou eles cortam. Nossa reinvindicação é essa", enfatizou.
"A gente veio fazer um movimento pacífico, não viemos querendo confusão. Só que na hora da entrada a gente foi recebido por tiros, o segurança deu dois tiros e agrediu uma das companheiras. O nosso movimento é fazer com que eles abaixem as tarifas da energia. Nós temos nossos direitos, temos uma lei para pessoas com a renda baixa, mas mesmo assim não estão fazendo a renda baixa com a gente", completou Maria Irene.
Equipe de Gerenciamento de Crises da Polícia Militar do Piauí esteve no local tentando negociar com os manifestantes.
Tiros
Com carro de som, dezenas de pessoas com bandeiras do MST e gritaram que foram recebidas com tiros pelos seguranças da Equatorial. "Fomos recebidos a tiros, a gente pediu pacificamente para sentar e conversar porque nós estamos com a pauta para reivindicar, por exemplo, em Amarante os serviços de energia não funcionam quando começa a chuva, em Palmeirais, os postes são de madeira, isso não justifica”, declarou Maria da Conceição.
Vídeo recebido pelo GP1 mostra o momento que os manifestantes chegam e o segurança efetua dois tiros para cima.
O que diz a Equatorial Piauí
Por meio de nota, a Equatorial Piauí afirmou que "foi surpreendida por uma invasão de movimentos sociais organizados ao prédio sede da companhia, localizado no centro de Teresina-PI" e que até o momento "a organização do movimento ainda não comunicou formalmente a causa do protesto e eventuais pautas de reivindicação", diz trecho da nota.
Confira a nota na íntegra
Nota de Esclarecimento
A Equatorial Piauí informa que, na manhã desta quarta-feira (08), foi surpreendida por uma invasão de movimentos sociais organizados ao prédio sede da companhia, localizado no centro de Teresina-PI.
Vale destacar que, até o presente momento, a organização do movimento ainda não comunicou formalmente a causa do protesto e eventuais pautas de reivindicação. Neste contexto, em diálogo com os representantes do movimento, com mediação de representantes do Governo do Estado, foi acordado uma reunião a ser definida em data posterior, para apresentação da pauta de reivindicação e os encaminhamentos necessários.
Sobre o disparo noticiado, a Equatorial lamenta o episódio e informa que já está apurando internamente a questão para tomar todas as medidas necessárias, após análise dos fatos.
A Distribuidora reitera que respeita todas as formas de manifestação, contudo repudia de forma veemente qualquer tipo de invasão à propriedade e reforça que segue aberta ao diálogo.
Assessoria de Comunicação da Equatorial Piauí
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