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Barras - Piauí

Polícia Civil apura denúncia de maus-tratos a animais em Barras

Um vídeo viralizou nas redes sociais mostrando cachorros sendo mortos eletrocutados no município.

A Polícia Civil do Piauí vai ouvir na próxima semana a vice-prefeita de Barras, Cynara Cristina, a secretária municipal de saúde e o diretor veterinário do Centro de Zoonoses de Barras, no inquérito que apura denúncias de maus-tratos contra cães durante sacrifício dos animais no município. Nesta semana, um vídeo viralizou nas redes sociais, mostrando cachorros sendo mortos eletrocutados no Centro de Zoonoses.

Em entrevista ao GP1 nesta quarta-feira (21) o delegado Emir Maia, titular da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente, que está responsável pelo caso, informou que ontem foi dado cumprimento ao mandado de busca e apreensão expedido pela Justiça. Três funcionários do Centro de Zoonoses já prestaram depoimento e na próxima quarta-feira, 28 de julho, as autoridades também serão ouvidas.


Foto: Lucas Dias/GP1Emir Maia Martins Neto
Delegado Emir Maia

“Como é um caso delicado, nós fomos até Barras. Chegando lá, a delegacia já havia instaurado o inquérito e representado com o mandado de busca e apreensão e demos cumprimento a esse mandado. Pelo que pude constatar na nossa inspeção é que praticamente não tinha animais, não havia animais de pequeno porte, um movimento muito pequeno. Já foram ouvidas três pessoas, que são funcionários do Centro. Na quarta-feira vamos ouvir a vice-prefeita, um vereador e o diretor veterinário”, informou.

O delegado explicou que a vice-prefeita se disponibilizou para prestar esclarecimentos. “Ela estava na hora do cumprimento do mandado de busca e apreensão e se disponibilizou também para ser ouvida, então vamos ouvir todos que se fizeram presentes”, frisou.

As imagens que têm sido amplamente divulgadas nas redes sociais mostram os animais sendo submetidos a sessões de eletrocussão, com correntes elétricas nas orelhas e patas. Quanto a esse procedimento de eutanásia, o delegado afirma que a lei assegura o método de eletrocussão no sacrifício dos animais, desde que eles estejam sedados. Dessa forma, o inquérito deverá apurar se os cães estavam sedados, conforme exige o protocolo.

Foto: Reprodução/InstagramAnimais sendo submetidos a sessões de eletrocussão
Animais sendo submetidos a sessões de eletrocussão

“Nós já detectamos que as imagens são antigas, mas um vídeo que circula de um veterinário falando acerca da situação é recente. A questão da eletrocussão é permitida desde que os animais estejam sedados. Então, neste caso em especial, iremos apurar se os animais estavam ou não sedados, iremos apurar se todos os protocolos foram seguidos”, finalizou.

O que diz a Prefeitura de Barras

Procurada pelo GP1, a assessoria de imprensa da Prefeitura de Barras negou que os procedimentos de eutanásia sejam realizados por eletrocussão e afirmou que as imagens não são recentes.

Por meio de nota, o Centro de Zoonoses do município também negou quaisquer irregularidades no sacrifício dos animais e disse que "obedece a um protocolo legal que tem por objetivo evitar que cães que precisam ser sacrificados passem por sofrimentos".

Confira a nota na íntegra:

"A direção do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) vem a público esclarecer que, no tocante ao controle do Calazar, o CCZ obedece a um protocolo legal que tem por objetivo evitar que cães que precisam ser sacrificados passem por sofrimentos.
A rotina inclui realização de exame teste rápido para o calazar.

Este dando positivo, a equipe do CCZ juntamente com os agentes de endemias, submete o cão a um exame mais específico: uma sorologia sanguínea, que é enviada ao LACEN. Dependendo do resultado - positivo ou negativo - e do que estado clínico do animal pode ser destinado a eutanásia.

No CCZ, a eutanásia é feita, com o anima previamente sedado, anestesiado, através da utilização do pré-anestésico Acepran. Depois com o anestésico Ketamina, composição esta que impossibilita o animal a sentir qualquer dor mínima, como também impede que o animal passe por sofrimento.

Nos casos de leishmaniose avançada, o sacrifício é inevitável porque, além dos cães, as pessoas podem ser contaminadas, ficar com sequelas graves e até morrer em decorrência da enfermidade. A propagação precisa ser evitada para a proteger a população".

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