O Centro Maria Imaculada, da Ação Social Arquidiocesana de Teresina, que oferece tratamento gratuito a pacientes com hanseníase na Capital, ameaça paralisar as atividades nesta terça-feira (13) por falta de repasses da Fundação Municipal de Saúde (FMS).
O GP1 apurou que o Centro possui uma parceria com a Fundação Municipal de Saúde e chegou a renovar o contrato para este ano, mas até o momento não foi feito nenhum repasse, o que prejudica a continuidade do tratamento de dezenas de pacientes que são assistidos pela instituição.
Paulo Rodrigues, que é paciente do Centro Maria Imaculada, disse que os pacientes estão preocupados e temem a interrupção do tratamento. No local, são ofertados consultas e acompanhamentos com diversos especialistas que prestam atendimento exclusivo para casos de hanseníase.
“Sou paciente do Centro Maria Imaculada, que é um centro de referência aqui em Teresina no tratamento de pacientes com hanseníase. Aqui temos assistência de todos os especialistas, dermatologista, psicóloga, fisioterapia e por aí vai. O Centro Maria Imaculada tem parceria com a Fundação Municipal de Saúde e o meu medo é de que a instituição pare totalmente, porque aqui é o único lugar de Teresina que eu tenho assistência completa, tudo gratuito, a qualquer momento”, relatou.
Antes de vir realizar o tratamento em Teresina, Paulo residia no Ceará e se mudou para a Capital, após tomar conhecimento da existência do Centro. Na instituição ele recebe acompanhamento de segunda a sexta-feira inteiramente gratuito. De acordo com ele, os funcionários alegam estarem há três meses sem pagamento, o que dificulta a continuidade do trabalho exercido.
“Eu tive que adaptar toda a minha vida por conta da hanseníase. Eu vim de longe, morava no Ceará, e vim só para realizar o tratamento aqui em Teresina. Já cheguei aqui com fortes crises sem consulta marcada e fui prontamente atendido, tudo gratuito. Faço terapia de segunda a sexta aqui e esses funcionários estão há mais de três meses sem receber salário, eles nos ajudam e precisam de ajuda também. O meu medo hoje é ficar sem toda essa assistência, porque a instituição não vai aguentar e nós não temos condições de pagar todo esse tratamento particular”, completou.
O que diz a FMS
Procurada pelo GP1, a Fundação Municipal de Saúde disse, em nota, que houve um atraso no repasse por dificuldades em relação à análse da renovação do contrato e revisão de contas, e que o pagamento será regularizado, no entanto, não há previsão para data do pagamento.
Confira a nota na íntegra:
"A Fundação Municipal de Saúde (FMS) informa que os repasses para o Centro Maria Imaculada sofreram atraso em função de dificuldades em relação à análise da renovação de contrato e revisão de contas, porém o problema já foi resolvido e o pagamento será regularizado em breve".
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