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União - Piauí

Juíza nega liberdade a acusado de matar esposa em União

A decisão foi dada pela juíza Mariana Cruz Almeida Pires, da Vara Única da Comarca de União. A vítima foi encontrada morta em uma rede, com uma marca de disparo de arma de fogo na cabeça.

A juíza Mariana Cruz Almeida Pires, da Vara Única da Comarca de União, negou pedido de relaxamento da prisão feito por Jonny Cardoso Pereira acusado de assassinar sua esposa, Cíntia Maria Alves da Cruz, 32 anos, no dia 12 de junho. Ela foi encontrada morta em uma rede, dentro de sua residência, com uma marca de disparo de arma de fogo na região do rosto, no município de União. A decisão foi dada no último dia 3 de julho.

A defesa do acusado alegou ausência de justa causa para a prisão em flagrante, falta dos requisitos ensejadores da preventiva e o fato de ser primário, ser portador de bons antecedentes e possuir residência fixa.


Nos autos da decisão, a magistrada destacou que o acusado, caso estivesse em liberdade, iria apresentar risco a sociedade, pois ele mesmo afirmou durante interrogatório à polícia que teria fugido da cena do crime se soubesse que seria preso.

  • Foto: Divulgação/PMIdentificação da vítimaIdentificação da vítima

“Ademais, como destacado pelo parquet em seu parecer, há risco real de o acusado se furtar à aplicação da lei penal e embaraçar o andamento regular da instrução processual, tendo em vista que ele mesmo afirmou em interrogatório perante a autoridade policial que se evadiria do local do crime se soubesse que seria preso”, apontou.

A juíza pontuou que mesmo Jonny tendo requisitos que contribuam para revogação da prisão, as condições nas quais o crime foi realizado o impedem de ter sua soltura. “Examinando os autos, verifica-se que persiste outro motivo ensejador da decretação da prisão preventiva, qual seja a aplicação da lei penal, mormente quando nos confronta a gravidade do delito imputado ao requerente. Nesse sentido, condições subjetivas favoráveis, como a primariedade, o fato de possuir residência fixa, família constituída e ocupação lícita, não elidem, por si só, a possibilidade de decretação da segregação provisória, ainda mais quando confrontado com os argumentos acima explanados”, acrescentou.

A defesa o suspeito alegou ainda na Justiça que Jonny faz parte do grupo de risco de pessoas com mais facilidades para contrair o novo coronavírus (covid-19), porém, mesmo provando ser beneficiário do INSS, não mostrou qual sua comorbidade.

  • Foto: Lucas Dias/GP1Tribunal de Justiça do Piauí- TJTribunal de Justiça do Piauí- TJ

“Por fim, quanto à alegação de que o requerente faz parte do grupo de risco em relação à Pandemia do Covid, o comprovante do INSS acostado não informa a doença grave que o acometeria, contendo apenas a natureza do benefício previdenciário. Desta forma, não é prova suficiente de seu estado de saúde, que deve ser declinado em documento subscrito por profissional médico que ateste a existência de comorbidades aptas a justificar possível revogação da prisão cautelar. Contudo, com as algeações de que o acusado possui problemas de saúde, oficie-se a penitenciária, para apresentar laudo médico, informando das condições de saúde do preso e caso exista alguma comorbidade, se é possível tratamento na penitenciária”, afirmou.

Ao final, a juíza determinou envio de ofício à penitenciária, onde o acusado está preso, para apresentar laudo médico, informando das condições de saúde de Jonny e, caso exista alguma comorbidade, se é possível tratamento na penitenciária.

Entenda o caso

Uma mulher identificada como Cíntia Maria Alves da Cruz, 32 anos, foi encontrada morta em uma rede dentro de sua residência na noite da sexta-feira, 12 de junho, no município de União, situado a 59 km de Teresina.

Conforme o delegado da Polícia Civil de União, Francírio Queiroz, o principal suspeito do crime é o marido da vítima, identificado pelas iniciais J. C. P, de 35 anos. Inicialmente, ele disse para a polícia que sua esposa cometeu suicídio, porém, a versão foi contestada.

De acordo com a Polícia Militar, a arma encontrada próximo ao corpo era uma espingarda bate bucha artesanal. Ainda segundo o delegado, a Polícia Civil aguarda alguns procedimentos para dar prosseguimento às investigações.

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