O GP1 recebeu, nesta terça-feira (22), denúncia de um funcionário da empresa Solar Coca-Cola BR, identificado como Gustavo da Silva Ribeiro, que afirma estar sofrendo assédio moral, retaliação, perseguição e ameaça dentro da empresa, localizada na Avenida União, no bairro Água Mineral, zona norte de Teresina.
"Já foram feitas várias reclamações no Canal de Ética, mas a empresa simplesmente bloqueia a pessoa, e não toma nenhum posicionamento e enquanto isso continuam as perseguições dentro da fábrica", afirmou.
Ele explicou que depois de cinco meses de trabalho começou a sentir dores e que ao procurar um médico foi constatado que ele tinha hérnia de disco, enfermidade adquirida depois que começou a trabalhar: "Depois de cinco meses de trabalho comecei a sentir dores, procurei um médico ortopedista que solicitou uma ressonância magnética que apontou uma hérnia de disco na coluna lombar. Com os laudos procurei o médico do trabalho da empresa que elaborou um laudo recomendando que eu fosse readaptado para outra função compatível com a doença que eu tinha apresentado, mas o supervisor ignorou a recomendação e me manteve na mesma função exercendo as mesmas atividades", relatou.
Já o assédio, segundo Gustavo, começou depois que ele retornou de dois afastamentos: "Eu entrei lá em 2013, o serviço lá é muito pesado, eu trabalho na linha de produção, e em 2014 adoeci da coluna, e lá as pessoas da linha que adoecem são descartavéis, adoeceu é fora. Falei com o médico do trabalho da empresa, e ele disse que eu teria que procurar um ortopedista, eu procurei, e o ortopedista disse que eu teria que procurar o INSS, que me afastou, eu fiz duas perícia, a primeira em setembro de 2014, quando peguei 3 meses de afastamento e a outra em dezembro de 2015 quando peguei mais 6 meses. Quando eu retornei começaram as perseguições, advertências", contou.
Gustavo, que também é diretor do Sindicato dos Trabalhadores de Indústrias de Bebidas (Sindbebidas), disse que as perseguições se intensificaram depois que ele entrou pro sindicato: "Devido ao estresse eu adoeci e apresentei problema na tireóide, aí eu conheci o pessoal do sindicato, procurei eles e me deram total apoio e me convidaram pra entrar, depois que eu entrei no sindicato aí foi que piorou, começaram a mexer no meu bolso, a colocar faltas mesmo eu estando de atestado, e isso tudo foi me desmotivando, fui adoecendo, aí os coordenadores batendo de frente, fazendo de tudo pra eu pedir demissão, minha vida se transformou em um inferno lá dentro", desabafou.
Gustavo denunciou ainda o coordenador de produção: "Nas reuniões que têm lá o coordenador que fica me ameaçando, dizendo que eu tô mexendo com gente grande, me intimidando. A empresa está sabendo de tudo, mas não faz nada. Eu já registrei três boletins de ocorrência, a empresa está sabendo, mas ninguém toma providência. Ele faz intimidações contra vários funcionários, temos aguentar todo tipo de coisa calado, sem falar pra ninguém", disse.
Outro lado
Em nota enviada, na noite desta quinta-feira (24), a empresa Solar Coca Cola BR informou que tem como prioridade, além do cumprimento integral da Legislação Trabalhista e de quaisquer outras normas aplicáveis, a conduta ética e de respeito de todos e para todos os seus colaboradores. Confira abaixo a nota na íntegra:
A Solar ratifica que tem como prioridade, além do cumprimento integral da Legislação Trabalhista e de quaisquer outras normas aplicáveis, a conduta ética e de respeito de todos e para todos os seus colaboradores. Nesse sentido, a empresa dispõe de um Canal de Ética e Conduta, através do qual podem ser registradas alegações ou denúncias de qualquer natureza. Um Comitê de Ética e a liderança da empresa dão atenção total à averiguação de todas as alegações, tratando de atribuir as penalidades aplicáveis a qualquer tipo de desvio de conduta. Reforçamos, ainda, que a empresa repudia com veemência atos de assédio de qualquer natureza e que estamos à disposição para colaborar com os procedimentos necessários.
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