Um servidor da Polícia Civil do município de Piripiri, ainda não identificado, está sendo investigado pela Polícia Federal do Piauí, devido a uma possível participação em uma organização criminosa especializada em fraudes a benefícios assistenciais do INSS concedidos a idosos e deficientes, que foi desarticulada na manhã desta terça-feira (08), durante a “Operação Biditos”.
- Foto: Laura Moura/GP1delegado Lucimar Sobral Neto
Conforme o delegado Lucimar Sobral Neto, da Polícia Federal do Piauí, o servidor ajudou um empresário, que participa da quadrilha, durante uma prisão em flagrante. “O empresário teve um flagrante em outubro do ano passado pela Polícia Civil de Piripiri. Com ele foi apreendido um celular e vários cartões de benefícios com uma investigada nossa. Esse empresário fez o contato com alguém da Polícia Civil, que nós ainda não conseguimos identificar, e conseguiu recuperar o celular e os cartões apreendidos”, informou.
Durante a ação policial, foram apreendidos dezenas de cartões, sete carros novos no litoral do Piauí e uma quantia avaliada em R$ 17 mil. O levantamento inicial mostra que 320 pessoas foram beneficiadas, gerando um prejuízo avaliado em mais de R$ 27 milhões. O delegado Lucimar Sobral Neto detalhou como o grupo criminoso atuava na região.
“Todos os benefícios foram concedidos a pessoas que não existem, ou seja, são pessoas criadas apenas no papel. Eram falsificadas certidões de nascimento e a partir da certidão de nascimento eles conseguiam tirar um RG dentro do Instituto de Identificação. E a partir daí eles conseguiam a concessão do benefício, algumas vezes com a conivência de servidores do INSS”, explicou.
- Foto: Laura Moura/GP1Coletiva de imprensa na sede da Polícia Federal
Além disso, foram presos um vereador de Piripiri, Genival Cigano (PV), uma servidora do INSS de Parnaíba, um empresário e um funcionário público municipal de Piripiri. “O vereador era apenas mais um membro desse grande grupo da família, que se denomina cigano e ele tinha vários cartões desses benefícios. Inclusive foram encontrados vários na casa dele. Então ele era mais um do grupo familiar. O cargo político dele não tem a ver coma fraude. Ele era só mais uma pessoa que cometia a fraude. Em relação a servidora do INSS, ela concedia esse benefício sabendo que os documentos eram falsos e certamente recebia por isso”, continuou.
Algumas pessoas dessa família de ciganos possuem passagens pela polícia pelos crimes de homicídio, tentativa de homicídio e porte ilegal de arma de fogo. As prisões realizadas pela Polícia Federal aconteceram nos estados do Piauí, Maranhão e Ceará.
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