Maria Lúcia de Oliveira, presidente do Centro de Defesa Ferreira de Sousa, divulgou neste domingo (14) um vídeo onde denuncia que supostos “capangas” do empresário Franly Lima realizaram ameaças a um idoso de 75 anos, em uma briga por terras no conjunto Boa Esperança, na zona norte de Teresina. Franly é dono do Atlantic City, possui várias pousadas e motéis. Um Boletim de Ocorrência foi registrado no 7º DP.
Segundo Maria Lúcia, um idoso conhecido como Raimundo trabalha há 20 anos em uma terra localizada próxima a Avenida da Boa Esperança, perto do Lagoas do Norte. Ele usa a terra para plantar bananas. O terreno está localizado ao lado da casa de Franly.
Maria explicou que na última quarta-feira (10) apareceu um homem que se identificou como Edmilson e que disse que era o dono daquela terra e que havia vendido ela. O idoso teria então questionado sobre a venda, já que ele trabalha há mais de 20 anos naquele terreno, mas o homem que disse ser o dono não teria apresentado qualquer documentação.
No outro dia, na quinta-feira (11), quando Raimundo chegou no terreno, descobriu que a casinha que tinha no local havia sido desmontada. No local estavam alguns homens que afirmaram trabalhar para Franly e que não permitiram que ele levasse nem mesmo seus objetos de trabalho. Raimundo pediu documentação que comprovasse a posse da terra, mas acabou sendo expulso e ainda teria sido ameaçado para não retornar ao local.
- Foto: Marcelo Cardoso/GP1 Dona Maria Lúcia de Oliveira
“Eles entraram, destruíram uma casinha dele que tinha lá e montaram redes. O seu Raimundo perguntou o que era aquilo e eles disseram que aquele terreno tem dono, que era do Franly e que iriam cercar o local, não deixaram nem ele tirar os instrumentos de trabalho. Ele procurou o Franly, que disse que comprou a terra do Edmilson e que não tinha nada haver com as plantações dele. O que nós questionamos é que essas terras são da União e não podem ser vendidas, só podem ser dadas para cunho social, que é para o povo que mora lá há muito tempo e que planta”, afirmou Maria Lúcia ao GP1.
- Foto: Facebook/Franly LimaFranly Lima
Ela explicou que um Boletim de Ocorrência foi registrado no 7º Distrito Policial, mas que teme pela segurança do idoso. “A gente está preocupada, porque as pessoas que entraram lá, chegaram e alegaram que eram policiais. A gente foi no batalhão da PM, e eles disseram que aquilo não seria de atitude de policial e recomendaram que a gente fosse na delegacia do Idoso. Nisso a delegacia do idoso pediu que fosse registrado um boletim de ocorrência no 7º Distrito. Só que a outra parte foi chamada, mas o Franly não apareceu na audiência. Ele também foi na defensoria pública da união para resolver isso”, explicou.
O idoso depende das plantações para sustentar a sua família. “Não é justo a pessoa chegar lá e fazer isso. Isso faz parte de um conflito de terra que tem naquela região. O que o Estado diz é que quem mora há mais de 5 anos ou 10 anos, de acordo com a lei, pode ser considerado dono, apesar dele não ter documento. Ele é uma pessoa idosa, semianalfabeta, pobre e estamos preocupados com represália. Ele depende dessas plantações, é o meio de vida dele”, esclareceu a Oliveira, presidente do Centro de Defesa Ferreira de Sousa.
- Foto: Maria LúciaIdoso no local que foi cercado pelos supostos funcionários de Franly
Outro lado
Franly não foi localizado pelo GP1.
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