O Grupo Interinstitucional de Combate aos Crimes Contra a Ordem Tributária (GRINCOT), em um desdobramento da Operação Fantasma, envolvendo uma família de Campo Maior, apreendeu mais três caminhões em cumprimento a mandados judiciais. As apreensões aconteceram, na última terça-feira (23).
Os mandados foram expedidos pelo juiz da 10° Vara Criminal de Teresina, Antônio Lopes de Oliveira e foram executados pelos delegados João José, o JJ, e Josimar Brito.
Um dos três caminhões estava em uma oficina no bairro Tabuleta com partes das peças retiradas, o que pode ocasionar nova investigação por conta da tentativa de embaraçar as investigações. Os outros dois foram encontrados em bom estado de conservação.
- Foto: Divulgação/PC-PICaminhão foi encontrado com partes das peças retiradas
A intenção do GRINCOT é levar todos os veículos a leilão para ressarcir parte dos danos causados ao erário público pelos crimes de sonegação fiscal, que somam mais de R$ 100 milhões, já tendo sido denunciados 19 integrantes dessa organização.
Outros seis caminhões e alguns carros pequenos também apreendidos ainda na primeira fase das investigações, aguardam leilão público. Quatro integrantes presos em agosto de 2018, continuam detidos, sendo que as investigações não se encerraram visto que outras pessoas são alvo das investigações.
- Foto: Divulgação/PC-PICaminhão apreendido na Operação Fantasma
O GRINCOT é composto pela DECCOTERC/Polícia Civil do Piauí, Ministério Público Estadual, Procuradoria Tributária do Estado, Auditoria da SEFAZ-PI e 10ª Vara Criminal de Teresina.
Operação Fantasma
- Foto: DivulgaçãoEmpresário Mirtdams Junior
Em agosto do ano passado, o GRINCOT deflagrou a Operação Fantasma com o objetivo de desarticular uma organização criminosa, que atuava utilizando empresas fantasmas e notas frias, lesando o fisco em mais de R$ 81 milhões com fraudes tributárias e fiscais.
As investigações tiveram início a partir de vários inquéritos produzidos, mas havia a necessidade de uma avaliação mais profunda para apurar o esquema. Então, em novembro de 2016, deu-se início a uma investigação mais detalhada para identificar como funcionava a organização criminosa.
Fora presos os irmãos Mirtdams Júnior, Willams Melo e João Canuto Neto, Vera Lucia de M. Leite, Deodato R. de S. Neto, Gilmara M. Vieira, Jailton S. Barros, Jailton S. Barros e Francisco Nilton Barros de Morais Trindade.
O grupo atuava há cerca de 30 anos e a polícia acredita que a organização começou com o pai dos empresários, que já faleceu.
O promotor Plínio explicou como funcionava a criação das empresas. “Os líderes criam empresas fantasmas em nome dos laranjas aqui no Piauí e em diversos outros estados. Essas empresas laranjas formalmente recebiam notas fiscais dos fornecedores, só que a mercadoria não ia para lá, mas para empresas reais. Algumas localizamos e outras não. Então essas que não localizamos será outra investigação. O fato é que a nota fiscal era direcionada aos laranjas. Então o débito tributário ia para quem não tinha a condição de pagar pela mercadoria. Era aí que a quadrilha ganhava dinheiro. Porque eles ficavam com a mercadoria, que ia para uma empresa real, e o débito tributário iria para a empresa laranja que não tinha patrimônio para pagar. Então a empresa nascia para isso, para ficar devendo, para ser executada e não se encontrar nenhum bem”, explicou.
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