Na manhã dessa terça-feira (2), Dayanne Costa, mãe de Emilly Costa, foi novamente ouvida pelo delegado Barêtta, na delegacia de Homicídios, em relação ao assassinato da criança de 9 anos, durante uma abordagem da Polícia Militar. O crime aconteceu no dia 25 de dezembro.
O policial Aldo Luís Barbosa Dornel é acusado de fazer vários disparos contra o veículo em que estavam Emilly e mais duas irmãs, além do cantor Evandro Costa e Dayane Costa. Após ser liberada pelo Barêtta, Dayanne acompanhou as irmãs de Emilly e Evandro Costa para fazerem exames de corpo e delito no Instituto de Medicina Legal (IML).
Muito abalada após a morte da filha, Dayane disse que estava em estado de choque pelo crime. Ela pediu justiça e a expulsão dos policiais envolvidos. “Quero só justiça, que ela seja feita. Queria a volta da minha filha, mas ela não vai mais voltar. Então eu quero justiça. Eu não estou bem, não consigo mais falar sobre isso. Agora eu vou correr atrás. Quero que esse policial perca a farda. Estou em choque, só Deus mesmo”, lamentou.
- Foto: Marcelo Cardoso/GP1Dayanne
O cantor, que teve traumatismo cranioencefálico e segue com o projétil alojado na cabeça, recebeu alta no último domingo, 31 de dezembro de 2017, e ficou audição temporariamente comprometida.
Em entrevista ao GP1, Barêtta explicou que está tudo sendo devidamente apurado. “A autoridade policial tem que apurar os fatos. Então vamos apurar o que foi realmente coletado. A população toda sabe que houve erros, porque foi cometido um crime e nesse momento não podemos fazer juízo de valor”, disse.
- Foto: Marcelo Cardoso/GP1Delegado Barêtta
“Nós chamamos [a Dayane] aqui para que fossem fornecidos os documentos da Emilly e das outras crianças. Foi feita uma oitiva complementar dela e também será feito exame de lesão corporal no marido dela. Ele estava hospitalizado, agora recebeu alta médica e ainda vai ser ouvido. A prisão [preventiva dos policiais] foi decretada dia 26 e só temos 10 dias para poder encaminhar esse inquérito para o poder judiciário”, disse.
Lourdes Nunes, presidente do Comitê de Combate a Tortura do Estado do Piauí, acompanhou Dayane e afirmou que “será feito exame de corpo e delito nas duas meninas que têm lesões de estilhaços de balas. Como a bala ainda está alojada e ele [Evandro] não está podendo fazer muito deslocamento, dependendo disso nós vamos trazer ele também para contar como as coisas aconteceram”, destacou.
- Foto: Marcelo Cardoso/GP1Lourdes Nunes, presidente do comitê de combate a tortura do estado do Piauí
Ela ainda acrescentou que a morte de Emilly ocorreu por uma série de erros, principalmente, em decorrência de omissão envolvendo vários órgãos.
“Como é que um policial que está respondendo a um processo por lesão corporal grave continua fazendo policiamento ostensivo? Porque o Tribunal de Justiça, ao julgar o processo sobre o teste psicológico [que retirou a liminar concedida ao policial Dornel], não comunicou a Polícia Militar? Ele ainda é policial se o mérito foi julgado? Então algumas coisas precisam ser resolvidas. Vários erros foram cometidos, uma vida perdida. Estamos vendo uma série de casos onde uma pessoa vai fazer o concurso e é considerada inapta para aquele cargo, mas acaba entrando com ação na justiça e continua no certame. As instituições que fazem o concurso sabem que esse tipo de coisa acontece, que essas pessoas recorrem, porque não colocam no edital para que seja feita uma outra banca, que faria uma nova avaliação, para que assim seja feito o contraditório?”, questionou Lourdes Nunes.
Família pede ajuda
A família pede doações de alimentos, fraldas e outros itens de higiene. A família era sustentada apenas pelo trabalho de Evandro, que está impossibilitado de cantar por tempo indeterminado por conta da bala alojada nas proximidades do ouvido.
Segue a conta bancária disponível para depósitos:
EVANDRO DA SILVA COSTA
Agência 2442
Operação 013
Conta 00059052-6.
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