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Dirceu Arcoverde - Piauí

Justiça Federal recebe denúncia contra empresário Décio Macedo

A decisão do juiz federal Pablo Baldivieso, da Vara Única de São Raimundo Nonanto, é desta segunda-feira (14).

O juiz federal Pablo Baldivieso, da Vara Única de São Raimundo Nonanto, recebeu denúncia contra o ex-prefeito de Dirceu Arcoverde, Alcides Lima de Aguiar, o conhecido “Cidão, o empresário Décio de Castro Macedo, José do Carmo Ângelo Passos e Ricardo Amâncio Ribeiro acusados de desvio de dinheiro público. A decisão é desta segunda-feira (14) e os denunciados tem o prazo de 10 dias para oferecerem resposta a acusação. A pena para o crime pode chegar a 12 anos de reclusão.

A denúncia é decorrente da investigação policial denominada “Operação Pastor”, na qual constam outros processos com denúncias recebidas. Nessa operação, se apurou a sistemática inexecução de obras públicas custeadas com recursos federais em municípios do interior piauiense.


  • Foto: Facebook/Deciomacedo MacedoDécio Macedo Décio Macedo

Irregularidades na construção de uma creche Pró Infância

A ação penal envolve irregularidades detectadas na aplicação de recursos federais do Convênio nº 700.043/2008, celebrado entre o Município de Dirceu Arcoverde e o Ministério da Educação – MEC/Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação no âmbito do Programa Nacional de Reestruturação e Aparelhagem da Rede Escolar Pública de Educação Infantil - PROINFÂNCIA, o qual tinha como objeto a construção de uma Creche Pró Infância Tipo B na sede do município de Dirceu Arcoverde.

A execução do objeto conveniado foi orçada no valor de 1.429.698,97 (um milhão quatrocentos e vinte nove mil seiscentos e noventa e oito reais e noventa e sete centavos), participando o órgão Concedente com o montante de 1.415.401,98 e o município com o valor de R$14.296,99, a título de contrapartida.

Empresário recebeu R$ 700 mil

Segundo o MPF, mesmo tendo sido disponibilizado a primeira parcela do Convênio, na data de 12/03/2012, no montante de R$ 700.000,00 (setecentos mil reais), a Controladoria Geral da União atestou que os serviços de construção da creche não haviam iniciado em 11/05/2012. Afirma ainda o MPF, com base no Relatório da CGU, que mesmo com a inexecução da obra, foi emitida nota fiscal pela Construtora Genipapo LTDA, constando declaração de execução da primeira parcela referente ao Contrato e com declaração de realização dos serviços firmada por Ricardo Amâncio Ribeiro. Em seguida foi emitido recibo de quitação com declaração de recebimento do valor de R$ 700.000,00 (setecentos mil reais), firmado pelo empresário Décio Macedo, com carimbo de pagamento firmado pelo funcionário José do Carmo, e que no mesmo dia, foi emitida Ordem de Pagamento no mesmo valor em favor da Construtora Genipapo Ltda.

Apenas 10% da obra foi executada

Consta na denúncia que as obras referentes ao Convênio somente foram iniciadas em setembro/2012, e que o Relatório do CGU atestou a execução de apenas 10,22% do valor total do convênio, informação que foi confirmada pelo FNDE, após trabalho de verificação in loco, constatando a execução física de 10,68%, não sendo verificado alcance social nos serviços executados.

Laudo aponta desvio de R$ 428 mil

Laudo da Polícia Federal atesta que houve desvio estimado em R$ 428.818,24 (quatrocentos e vinte e oito mil, oitocentos e dezoito reais e vinte e quatro centavos), com data base de maio/2012, bem como dano ao erário decorrente de elementos construtivos imprestáveis no valor de R$ 98.289,90 (noventa e oito mil, duzentos e oitenta e nove reais e noventa centavos).

Empresário foi preso preventivamente

O empresário Décio Macedo foi preso preventivamente, em 21 de junho, por determinação do juízo da Vara Federal de São Raimundo Nonato e foi liberado no dia 09 de agosto de 2017 pelo desembargador federal Cândido Ribeiro, do TRF1.

De acordo com a PF, o grupo preso na Operação Pastor é investigado pelas práticas de peculato, fraudes em licitações, corrupção ativa e corrupção passiva. Durante as investigações, foram constatados desvios de recursos do Ministério da Educação, Codevasf e Funasa. O prejuízo apurado até o momento ultrapassa o montante de R$ 5 milhões.

Operação Pastor

Décio de Castro foi preso, no dia 21 de junho, durante a Operação Pastor, que teve o objetivo de investigar o desvio de recursos públicos nos municípios de São Raimundo Nonato e Dom Inocêncio, localizados na região Sudeste do Piauí.

Foram presos na operação o ex-prefeito de Dom Inocêncio, Inocêncio Leal Parente, o empresário Décio de Castro Macedo, de São Raimundo Nonato, o ex-vereador de Porto, Edgar Vaz da Costa Neto, o ex-secretário de educação de Dom Inocêncio, João Rodrigues Damasceno Neto e o empresário José Inocêncio Reis Soares Siqueira.

O desembargador federal Cândido Ribeiro deferiu liminar em habeas corpus e determinou a soltura do empresário Décio Macedo.

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