A piauiense Kely Cardoso, que vive na Itália, denunciou ao GP1 que sua filha de 9 anos foi sequestrada pelo pai, S. Í. de S. M., e pela babá J. F. A. Segundo a mãe, a menina foi levada de Teresina para Fortaleza, no Ceará.
Kely Cardoso explicou que a filha estava no Piauí sob os cuidados da babá enquanto realizava tratamento médico, mas que já estava com passagens agendadas para retornar a Itália, o que acabou não acontecendo.
Inicialmente, a babá relatou que o pai chegou ao endereço onde estava a criança acompanhado de uma mulher, que dizia ser do Conselho Tutelar. Ele levou a menina para Fortaleza no dia 27 de dezembro e não deu mais notícias. Um Boletim de Ocorrência foi registrado junto à Polícia Civil do Piauí , no dia 28 de dezembro, pela responsável que levaria a criança para a Itália.
Ocorre que, de acordo com a mãe, a versão contada pela babá se mostrou inverídica e foi levantada a suspeita de que ela está diretamente envolvida no caso, que ela classifica como sequestro.
“Ela cuidava da minha filha desde os quatro anos e era de minha total confiança. Aproveitando-se disso, ela elaborou, junto com o pai, um plano para raptar Júlia. Registrei um Boletim de Ocorrência porque isso é sequestro. Eu não autorizei que levassem minha filha. Ele a escondeu e, desde o dia 27, a Justiça está à procura, mas ainda não tivemos respostas”, disse Kely Cardoso.
Reconhecimento de paternidade
A mãe também afirmou que está em disputa judicial pela guarda da filha e que o pai agora quer ficar com a criança por motivação financeira, uma vez que a menina possui bens em seu nome. “Ele nunca quis comprovar a paternidade antes. Foram nove anos sem registro, convivência, ajuda ou pagamento de pensão. Agora que voltei a viver na Itália, ele busca o vínculo parental por interesses financeiros”, completou.
Segundo a denunciante, a polícia do Ceará esteve no endereço da mãe de S. Í., mas não o localizou e familiares dizem desconhecer seu paradeiro.
O que diz a babá
Procurada pelo GP1 , a babá alegou que não tem conhecimento da denúncia e que não considera que a criança esteja em situação de sequestro. Ela negou qualquer envolvimento com o caso.
“Sequestro pode ser considerado como sendo o ato de tolher a liberdade ou reter alguém em algum lugar, prejudicando a sua liberdade de ir e vir. Cárcere privado é prender alguém em um recinto fechado, sem que tenha amplitude de locomoção (como uma prisão mesmo, uma cela). Esse é meu conhecimento sobre sequestro e não conheço ninguém que esteja passando por isso”, disse a babá, sem entrar em maiores detalhes.