O juiz federal Gustavo André Oliveira dos Santos, da 1ª Vara da Seção Judiciária do Piauí, determinou, na tarde desta sexta-feira (13), a soltura do empresário Manuel de Jesus do Nascimento e Silva Neto , preso em flagrante com R$ 1,5 milhão em espécie, no estacionamento do Teresina Shopping. Em sua decisão, o magistrado determinou o pagamento de fiança no valor de R$ 15 mil e o uso de tornozeleira eletrônica.
Na análise do caso, durante audiência de custódia, o juiz considerou que, apesar da gravidade do caso e dos pedidos da Polícia Federal e do Ministério Público Federal para que a prisão em flagrante fosse convertida em preventiva, não havia provas suficientes que justificassem a necessidade de manter o suspeito preso. Como alternativa, foram impostas medidas cautelares.
Entre as medidas cautelares determinadas pelo juiz, além da fiança, estão a proibição de que o acusado entre em contato com outros investigados, a restrição de sua presença em agências bancárias sem autorização judicial e o monitoramento eletrônico. O juiz determinou que a tornozeleira deve ser instalada em até cinco dias. Caso descumpra qualquer uma dessas medidas, Manuel poderá ter sua prisão preventiva decretada.
Entenda o caso
Manuel de Jesus do Nascimento e Silva Neto foi preso na tarde de 12 de setembro de 2024, no estacionamento do Teresina Shopping, na zona leste da capital piauiense, com duas mochilas contendo o montante de R$ 1,5 milhão. O dinheiro foi sacado de uma conta da empresa F M Distribuidora LTDA - Frigorífico Costelão, da qual Manuel é proprietário. No momento do flagrante, no entanto, ele se identificou como corretor de veículos, sem conseguir explicar a origem ou o destino do dinheiro.
A Polícia Federal foi acionada após receber uma denúncia anônima sobre o saque de grande quantia em espécie na agência do Banco do Brasil localizada no shopping. A abordagem foi realizada após monitoramento dos movimentos de Manuel de Jesus dentro da agência e posteriormente no estacionamento. Além do dinheiro, foi encontrado material de campanha do candidato a vereador Roberto Silva de Oliveira, do partido Agir, o que levantou suspeitas de possível ligação do montante com a campanha eleitoral.
O delegado responsável pelo caso, José Nunes, afirmou que as investigações irão focar na origem do dinheiro e na possível relação com o candidato a vereador. Segundo o delegado, ainda é cedo para afirmar se há envolvimento eleitoral no caso, mas essa possibilidade será analisada ao longo da apuração.