O Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado ( PSTU ) realizou nesta terça-feira (30) a convenção do partido no Plenarinho da Câmara Municipal de Teresina , iniciando às 18h30. O candidato a prefeito, Geraldo Carvalho , anunciou a formação de sua chapa majoritária, que terá como vice o professor Gervásio Santos, em contraponto às candidaturas de Fábio Novo (PT), Sílvio Mendes (União Brasil) e Dr. Pessoa (PRD). A sigla também apresenta uma chapa proporcional composta por Yara Ferry e Daniel Solon .

Durante o evento, Geraldo Carvalho enfatizou a importância de um debate sincero com a população de Teresina sobre os problemas da cidade e suas possíveis soluções. Criticou as candidaturas de seus adversários, acusando-os de prometerem soluções que não cumprirão, dado que já estiveram ou estão no governo e não conseguiram resolver essas questões. Carvalho ressaltou que o plano de governo do PSTU está pronto e será apresentado à Justiça Eleitoral, prometendo discuti-lo com a população trabalhadora para possíveis aprimoramentos durante a campanha.

“Estamos aqui com os filiados, simpatizantes e amigos do partido. Vamos formalizar e homologar a chapa, e a nossa disposição é fazer um debate sincero com a população de Teresina em torno dos problemas que a cidade enfrenta e aquilo que é necessário para resolver efetivamente. Sem mentiras, sem enganação, como as duas candidaturas ditas principais estão fazendo, prometendo uma coisa que depois não vão cumprir, porque ambas já foram governos ou são governos e não conseguem resolver esses problemas. Nós começamos a composição da chapa no começo do ano. Passamos por vários momentos, várias etapas, e a chapa final que estamos apresentando hoje na convenção é uma chapa majoritária com Geraldo Carvalho e Professor Gervásio, vice, e a chapa proporcional com a professora Yara e o professor Daniel. Achamos por bem reforçar a chapa proporcional, por isso a professora Yara foi para a chapa proporcional e o professor Gervásio entra no time. O plano de governo estamos construindo e ele já está prontinho. Amanhã mesmo, depois da convenção, nós já vamos apresentá-lo à Justiça Eleitoral e vamos discutir esse programa junto com a população trabalhadora, porque deve ser aprimorado no decorrer da campanha”, declarou Geraldo.

A professora Yara Ferry, candidata a vereadora, também participou da convenção e destacou a necessidade de mudanças significativas na cidade, focando em questões como educação, saúde e transporte público. A docente criticou a narrativa polarização política entre Sílvio Mendes e Fábio Novo e afirmou que a chapa do PSTU é uma alternativa comprometida com a defesa da classe trabalhadora.

“Estamos nesse processo de elaboração e logo, logo nós vamos fazer o processo de divulgação. A expectativa é grande, acreditamos que a grande maioria das pessoas não acredita mais nessa mesmice, nisso que está acontecendo, que é colocado como uma polarização. Esses dois grupos, na verdade, juntando tudo, dá a mesma coisa, inclusive tem alguns mudando e juntando os nomes para fazer uma determinação, tipo assim, para serem chamados como se fossem um só. Estão querendo pegar os dois polos. Nós não, viemos com uma chapa pura, classista, socialista, em defesa da classe trabalhadora. Nós, que estamos sempre nas ruas, nas lutas, entendemos bem quais são essas necessidades. Então, são essas necessidades que vamos trazer para nossa campanha”, pontuou Yara Ferry.

Entre as principais medidas para Teresina, Yara mencionou a proposta de passe livre para estudantes, destacando a importância de garantir o acesso à educação. “Entre elas, a educação. A saúde é um problema sério. O transporte, porque nós, enquanto professores, entendemos que a maioria dos nossos estudantes têm grande dificuldade de chegarem às escolas porque não têm como chegar. Temos estudantes que são três na mesma casa e não podem nem pagar a passagem para chegar até lá. Então, uma das nossas propostas seria o passe livre para estudante, porque afinal é obrigação do estado que esses estudantes consigam chegar à escola para fazer seu processo de formação. Então, é o estado e a prefeitura que têm que abrir espaço para que isso aconteça através do passe livre e a valorização, organizando os ônibus, melhorando os ônibus e a valorização dos profissionais que trabalham no transporte”, ressaltou a candidata.

Daniel Solon, também candidato a vereador pelo PSTU, reforçou a postura de oposição do partido aos governos atuais e anteriores, tanto em nível nacional quanto local. Ele criticou o estado da saúde pública em Teresina, apontando para o sucateamento e a privatização do sistema. Solon defendeu a estatização do sistema de saúde e a aplicação integral dos recursos do SUS na rede pública, visando garantir atendimento médico de qualidade para todos.

“As candidaturas do PSTU, tanto a prefeito como a vereador, em nível nacional, apresentam uma plataforma em comum que é de oposição aos governos que estão aí desde o governo de frente ampla do PT em nível nacional, como aqui em nível local, mas também ser um opositor ferrenho à extrema direita e à direita do nosso país. Apresentamos, portanto, uma plataforma independente de classe, sem dinheiro de empresários, sem dinheiro de patrões e de empresas. Portanto, com esse perfil, podemos propor soluções socialistas para resolver os problemas da classe trabalhadora. No caso de Teresina, temos vários problemas. Um dos problemas que mais sentimos na população de Teresina, por exemplo, é a questão do caos da saúde pública. A saúde pública passa por um processo terrível de sucateamento e de privatização, inclusive com as organizações sociais que já tomam conta de hospitais estaduais e também apresentam esse mesmo perfil aqui em Teresina com as terceirizações. Precisamos garantir saúde pública de qualidade, garantindo que todo recurso do SUS, por exemplo, seja aplicado na rede pública. Portanto, rumo à estatização do sistema de saúde. É impossível ver pessoas morrendo por falta de médico, por falta de insumo, por falta de leito em hospital. Um direito constitucional básico, que é a saúde, deve ser respeitado”, acrescentou ao GP1 .

Além das críticas à saúde pública, Solon também abordou a questão do transporte público. Ele propôs a estatização do transporte, a garantia do passe livre para estudantes e desempregados e, eventualmente, a implementação de tarifa zero para toda a população. Solon destacou a importância de um transporte público eficiente e acessível para a qualidade de vida dos moradores de Teresina.

“São várias outras plataformas, como a questão do transporte público, com a estatização do transporte, com a garantia do passe livre para estudantes e desempregados, e, de imediato, rumo à tarifa zero para toda a população. Enfim, é algo que toca de fato a sociedade que precisamos resolver. Sem falar em outros setores como a educação, que passa por um processo também muito grave de sucateamento e de esvaziamento das escolas, fruto do sucateamento e da desvalorização dos trabalhadores da educação, que não chegam nem a ter respeitado o próprio piso da educação básica. São vários os problemas que o PSTU aponta e que precisamos resolver, e que, portanto, o mandato na Câmara de Teresina pode ser um instrumento importante para fortalecer as lutas da sociedade em geral, da juventude, da classe trabalhadora por seus direitos e também nas suas mobilizações sociais que acontecem na cidade”, finalizou à nossa reportagem.