Inquérito da Polícia Federal deflagrado no âmbito da operação denominada “ Prato Vazio ”, revelou movimentações financeiras suspeitas na conta do ex-prefeito de Bom Princípio do Piauí, Apolinário Moraes , totalizando mais de R$ 950 mil. A operação teve como foco o desvio de verbas federais destinadas ao programa de alimentação escolar, essenciais para garantir a nutrição de estudantes da rede pública. O ex-prefeito é investigado por contratar a empresa de um parente para aquisição de merenda escolar. Segundo a Unidade de Inteligência da Policia Federal, o dinheiro entrava na conta da empresa, sendo sacado no mesmo dia ou no dia seguinte, não sendo verificada transferência de valores para pagamento de fornecedores ou funcionários.
As investigações apontam que os recursos que deveriam ser utilizados para fornecer alimentação adequada nas escolas municipais, foram desviados para contas pessoais, prejudicando centenas de crianças que dependem do programa para suas refeições diárias. O inquérito que deflagou a operação “Prato Vazio” busca esclarecer o destino do dinheiro e responsabilizar os envolvidos no esquema fraudulento. Segundo a PF, foram detectados indícios de fraude em dois processos licitatórios realizados pela Secretaria de Educação do município, nos anos de 2017 e 2019.
Além desta investigação, Apolinário Moraes está na mira do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado ( GAECO ) na operação “Bons Princípios”. Esta operação tem um escopo mais amplo, investigando práticas de corrupção e outras irregularidades durante sua gestão. As ações do GAECO reforçam as suspeitas de que a administração do ex-prefeito estava envolvida em uma rede de desvios e corrupção sistêmica.
A comunidade de Bom Princípio do Piauí reage com indignação às revelações. Moradores expressam revolta e preocupação com o impacto negativo dessas irregularidades na qualidade da educação e no desenvolvimento das crianças. “É uma vergonha. Nossas crianças são as maiores vítimas dessa corrupção”, declarou a mãe de um aluno.
As autoridades federais e estaduais continuam aprofundando as investigações, prometendo rigor e celeridade para que os culpados sejam responsabilizados. A expectativa é que novas revelações possam surgir, lançando luz sobre a extensão dos desvios e trazendo justiça para a comunidade afetada.
Outro lado
Procurado pelo GP1 , na quarta-feira (17), o ex-prefeito Apolinário Moraes afirmou que já apresentou defesa à Polícia Federal e que o valor encontrado em suas contas foi de R$ 38 mil. “Eu tenho conhecimento do inquérito, a polícia está investigando, já está concluindo. São R$ 196 mil encontrados nas contas das cinco pessoas envolvidas, na minha conta só foi encontrado, como depósito não identificado, o valor de R$ 38 mil”, afirmou.
“Eu crio e vendo gados, fora minha vida pública e política, eu tenho meus ramos e esse dinheiro foi de uns gados que eu vendi. Toda a defesa já foi apresentada à Polícia Federal”, completou Apolinário.
Ainda conforme o ex-prefeito, ele está sendo vítima de seus adversários políticos. “Estou com consciência tranquila. Essa narrativa desse valor foi criada pelo ex-prefeito, isso é loucura, um delírio. Ele falou para confundir o eleitorado. Essa é a verdade”, concluiu.
Em nota encaminhada nesta sexta-feira, dia 19 , a defesa de Apolinário Moraes reiterou as afirmações do ex-prefeito e destacou que tudo que envolve as investigações da Polícia Federal são apenas indícios. "Ao final será provado que não houve nenhuma irregularidade nas contratações investigadas", diz a nota.
Confira a nota na íntegra
Sobre a reportagem publicada pelo portal de notícias GP1 em relação ao ex-refeito Apolinário Moraes, viemos esclarecer que:
1º É uma inverdade quando o portal titula a matéria dizendo que a Polícia Federal aponta suspeita de movimentação financeira na conta do ex gestor, na ordem de 950 mil, pois os verdadeiros fatos são que, a PF investiga uma movimentação bancária no valor total de 196 mil reais de saques não identificados nas contas de 5 cinco pessoas investigadas na operação;
2º Vale ressaltar que segundo o inquérito da Policia Federal consta como suposto líder da organização criminosa instalada, o atual presidente da Câmara Municipal de Vereadores, Jacinto Costa Moraes, pai do atual prefeito de Bom Princípio, o Sr Lucas Moraes;
3º Ressaltamos que neste momento, tudo que envolve as investigações da Policia Federal, são apenas indícios que estão sendo investigados e ao final será provado que não houve nenhuma irregularidade na contratação da empresa fornecedora;
4º É preciso frisar que, o inquérito ainda está em curso, e que nesse momento ainda não tendo sido apurados os fatos, não se pode fazer juízo de valor quanto aos investigados;
5º Sobre as investigações da GAECO na operação “Bons Princípios”, que se refere ao concurso público realizado no ano de 2016, as investigações já foram concluídas e os servidores devidamente nomeados, sendo tendencioso a citação na matéria em questão.