A frente ampla formada pelos partidos Progressistas, União Brasil e Republicanos convocou uma coletiva de imprensa na manhã desta sexta-feira (31) para denunciar assédio de pré-candidatos ligados à base do pré-candidato Fábio Novo (PT) a alguns pré-candidatos da oposição.
Durante a coletiva, a advogada da frente ampla, Ivilla Araújo , informou sobre as duas medidas iniciais que serão tomadas: uma representação na Justiça Eleitoral contra o presidente do Agir, Gustavo Henrique , e outros correligionários ligados a Fábio Novo, por suposto abuso de poder econômico, abuso de poder político e quebra de isonomia; e uma solicitação ao Ministério Público do Estado do Piauí (MP-PI) para instaurar uma Notícia de Fato, visando que o órgão ministerial apure a possível ocorrência de crime. Segundo a advogada, eles assediaram diversos pré-candidatos a vereador dos três partidos de oposição.
“Eu venho aqui representando a frente ampla dos partidos. Em virtude dos fatos que ocorreram nos últimos dias, de amplo assédio econômico-financeiro aos nossos pré-candidatos , e após análise de todas as provas grandes e robustas referentes a esse assédio, resolvemos representar junto à Justiça Eleitoral por abuso de poder político e abuso de poder econômico. Também faremos uma Notícia de Fato para que o Ministério Público Eleitoral realize uma apuração da existência de crime, seja por parte de quem está oferecendo, seja por parte de quem está se propondo a receber qualquer tipo de recompensa financeira por apoio, neste momento de pré-campanha. Estamos dando toda a assistência aos pré-candidatos que, a partir do momento em que expuseram a situação, estão se sentindo ameaçados”, iniciou a advogada.
"Propostas financeiras altas"
Ivilla Araújo continuou sua exposição dizendo que a frente evidenciou propostas financeiras em valores de "magnitudes nunca antes vistas" a vários pré-candidatos da oposição, informando que tem diversos tipos de provas do suposto ilícito. "Há abuso de poder econômico com a atribuição de convites para participar de outro grupo político através do oferecimento de propostas financeiras altas e, diga-se de passagem, propostas financeiras bem robustas e de magnitudes nunca vistas antes neste ambiente político", alertou.
A advogada acrescentou ainda que o grupo da oposição possui vastas provas. "Temos áudios, vídeos e depoimentos de uma quantidade imensa de pessoas que estão passando por essa situação. Vamos apresentar uma representação de abuso de poder econômico, que é essa questão de utilizar seu poderio financeiro para fazer uma construção política, bem como abuso de poder político, porque, dentre as notícias e fatos que estamos recebendo, também há a menção de nomes políticos, indicando oferecimento de respaldo político por parte de quem está hoje no comando de algumas pastas", acrescentou a advogada.
Sem relação com o OPA
A advogada informou ainda que a ação não terá como foco nada relacionado às obras do OPA, as quais são amplamente divulgadas por toda a base do Palácio de Karnak, inclusive pelo pré-candidato Fábio Novo.
"Não temos como foco neste momento ou em momento algum, tivemos como foco o OPA. Na verdade, o OPA é um serviço público prestado em que concordamos, é passivo de todos. O objetivo da gente nunca foi o OPA, na verdade, é coibir o abuso no uso da máquina pública ou no uso do poderio econômico", explicou Ivilla.
Vereadores presentes na coletiva de imprensa
Os vereadores Ismael Silva (PP), Aluísio Sampaio (PP) e Paulo Lopes (União Brasil) também estavam presentes na coletiva de imprensa e afirmaram que eles nunca receberam nenhuma proposta do tipo. Ismael reafirmou o teor da denúncia.
"Todos os nossos pré-candidatos a vereador, seja do União Brasil, Republicanos ou Progressistas, estão alinhados e orientados no mesmo sentido. Sempre que recebermos esse tipo de assédio, vamos torná-lo público por meio de gravações, exposição dos fatos e denúncias. A nossa assessoria jurídica dessa frente adotará todas as providências necessárias, seja no período de pré-campanha, seja no período de campanha. O abuso do poder político e o abuso do poder econômico não são vislumbrados somente durante a campanha, mas também agora, com essas propostas indecentes para que pré-candidatos desistam de suas pré-candidaturas em prol do interesse pessoal do grupo político atualmente liderado pelo Governo do Estado do Piauí", argumentou Ismael Silva.
"Grupo tenta dominar Teresina"
Ismael também expressou surpresa pelo fato de Fábio Novo, segundo ele, continuar aparecendo em entrevistas ao lado de pessoas do grupo que estariam participando desse tipo de investida.
“Mesmo depois de tantos áudios, vídeos e relatos de propostas intermediadas por pessoas ligadas, inclusive, como pré-candidatos a vereador pelo grupo do PT, infelizmente, no dia seguinte, o pré-candidato a governador concedeu entrevista ao lado das pessoas envolvidas em todos esses escândalos, o que nos faz acreditar que todos estão cientes dessa proposta e que essa não é uma estratégia política de uma pessoa do grupo, mas sim, de todo esse grupo que hoje tenta dominar o município de Teresina. Aqui, bravamente, os nossos pré-candidatos a vereador vão resistir a toda e qualquer proposta que for apresentada na tentativa de fazê-los desistir da pré-candidatura”, disse Ismael.
"População precisa ter ciência"
O vereador do Progressistas afirmou que a coletiva foi realizada para expor o caso à população. "É importante deixar claro que a população precisa ter ciência desses fatos. Por isso, o grupo se reuniu hoje e deliberou de forma coletiva que deveríamos trazer à tona essas explicações diante de tantos áudios que já foram veiculados nos meios de comunicação, além de trazer à tona fatos novos sobre outros pré-candidatos que foram procurados com a proposta de desistirem de suas pré-candidaturas. O que me causa maior estranheza é o fato de não haver nenhum pudor em fazer esse tipo de proposta. E, quando o pré-candidato a prefeito diz que não tem conhecimento das propostas, me causa ainda mais estranheza", declarou Ismael Silva.
O parlamentar também disse que os pré-candidatos seguirão firmes com suas pré-candidaturas, assim como o pré-candidato majoritário, Sílvio Mendes. "Mesmo depois de veiculados tantos áudios e vídeo e relatos de propostas intermediadas por pessoas ligadas e estão inclusive como pré-candidatos a vereador pelo grupo do PT, infelizmente, no dia seguinte, o pré-candidato a governo concede entrevista ao lado das pessoas envolvida em todos esses escândalos o que só nos faz acreditar de que todos estão cientes dessa proposta e que essa não é uma estratégia política de uma pessoa do grupo, mas sim, de todo esse grupo que hoje tenta dominar o município de Teresina. Aqui, bravamente, os nossos pré-candidatos a vereador vão resistir a toda e qualquer proposta que for apresentada na tentativa de fazer desistir da pré-candidatura. Seguiremos firmes com as pré-candidaturas a vereador, seguiremos firmes com a pré-candidatura do nosso prefeito, doutor Sílvio Mendes", finalizou Ismael Silva.
Áudio Vazado
Vazou mais um áudio onde um correligionário da chapa do pré-candidato a prefeito Fábio Novo (PT) tenta cooptar um pré-candidato a vereador da chapa do União Brasil, partido a qual o médico Sílvio Mendes, que também está no páreo para o Palácio da Cidade, é filiado.
Ouça o áudio:
Na gravação, o presidente do Agir, Gustavo Henrique, tenta convencer a liderança Chico Pança a recuar da disputa para a Câmara Municipal e aderir a Fábio Novo.
Gustavo Henrique deixa claro que existe um movimento para tentar desmontar a chapa do União Brasil e oferece “vantagens” financeiras para efetivar o “acordo”. No decorrer da conversa, Gustavo garante que Chico Pança vai integrar a gestão do PT, caso Novo seja eleito, além de uma conversa pessoal com o petista para selar o entendimento.