O GP1 obteve acesso com exclusividade a trechos do recurso de defesa que a vereadora Graça Amorim (PRD) impetrou, nessa segunda-feira (27), contra ação do Progressistas (PP). A parlamentar e o PP travam batalha na Justiça pela cadeira que ficou vaga na Câmara Municipal de Teresina após a perda de mandato de Leonardo Eulálio, por fraude à cota de gênero na chapa do PL.

Na defesa, Graça Amorim destacou que o PP demandou a vaga fora do prazo legal e que o intuito do referido partido seria "tumultuar o exercício legítimo de seu cargo". Para comprovar seu embasamento, ela utilizou, inclusive, trechos de matérias do GP1.

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A defesa alega que o PP demandou a vaga fora do prazo

Inexistência de infidelidade partidária

Como a própria vereadora vinha afirmando à imprensa, um dos argumentos utilizados na defesa foi o de que não houve infidelidade partidária como alega o Progressistas, já que ela migrou do PP para o PRD dentro do prazo chamado janela partidária.

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Inexistência de infidelidade partidária

Discriminação política

Para arrematar, consta da peça de defesa da vereadora Graça que o presidente municipal do PP, vereador Aluísio Sampaio, discriminava ela, o que seria justa causa para se desfiliar da agremiação. Ela embasou o argumento no Art. 22-A, parágrafo único, II da Lei nº 9.096/1995, que versa sobre perda de mandato apenas nos casos de desfiliação sem justa causa.

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Discriminação política

Graça Amorim confiante

Formada em Direito, a advogada e vereadora Graça Amorim elaborou a própria peça de defesa e se diz confiante de vitória no Tribunal Regional Eleitoral do Piauí (TRE-PI), pois elaborou a argumentação com “fundamentos jurídicos de maior relevância".

Foto: Lucas Dias/GP1
Graça Amorim em seu primeiro discurso de volta à Câmara, em 14 de maio

"Tenho plena confiança no Tribunal Regional Eleitoral do meu estado. Eu sou a defensora de mim, estou fazendo a minha defesa em causa própria. Claro que a gente não é dono ou dona da verdade, mas dentro do meu conhecimento jurídico acredito que minha defesa está sustentada em fundamentos jurídicos de maior relevância", disse Graça Amorim.

O Tribunal Regional Eleitoral do Piauí (TRE-PI) deve julgar o recurso da vereadora nos próximos dias.

Relembre o caso

A vereadora Graça Amorim assumiu mandato na Câmara Municipal de Teresina no dia 09 de maio, após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determinar a cassação da chapa do Partido Liberal (PL) por fraude à cota de gênero e o vereador Leonardo Eulálio, eleito em 2020 perder o mandato.

Antes de se filiar ao PRD, Graça Amorim era primeira suplente no Progressistas, que entrou com uma ação de infidelidade partidária com perda de mandato e tutela antecipada contra a vereadora. O argumento é de que com cassação de Leonardo Eulálio e a consequente recontagem dos votos, o PP é quem teria direito à vaga na Câmara Municipal de Teresina.