A mãe da criança Anna Kerolayne Gomes Nunes , de 3 anos, que teve morte encefálica no Hospital de Urgência de Teresina (HUT) após ter sido ser torturada, em Esperantina, região Norte do Piauí, tentou ‘livrar’ o companheiro das investigações. Maria Karolaine Nunes de Oliveira e o homem, que não teve o nome revelado, foram presos nessa segunda-feira (22), temporariamente.
De acordo com o delegado Célio Benício, da Diretoria de Polícia do Interior, durante as oitivas realizadas pela Polícia Civil, a delegada Polyana Oliveira constatou divergências nos depoimentos da mãe e tia da criança, que foram providenciais para que a investigação pudesse avançar.
“Foram constatadas incongruências, contradições nas oitivas, principalmente, da mãe e da tia, que foi quem levou a criança para ser atendida no hospital. Inicialmente, tentou-se ocultar a existência desse padrasto, a mãe informara inicialmente que não convivia com ninguém, que não tinha companheiro, que não possuía nenhum relacionamento. Contudo, a equipe de investigação levantou que existia esse sujeito, inclusive, com antecedentes criminais de delitos contra o patrimônio, como roubo”, contou Célio Benício.
Ainda conforme o delegado Célio Benício, após a confirmação da existência do padrasto, a polícia não conseguiu localizá-lo, o que ensejou no pedido de prisão. “Agora, a investigação segue com todos esses elementos que foram colhidos e, daqui para frente, a equipe de Esperantina segue em investigação para que tudo seja esclarecido”, afirmou.
As investigações sobre o caso seguem em andamento. A Polícia Civil do Piauí tem o prazo de 30 dias, a contar da data da prisão de Maria Karolaine Nunes de Oliveira e de seu companheiro para relatar o inquérito policial e encaminhá-lo ao Ministério Público.
O crime
No dia 15 de abril deste ano, o Serviço de Assistência Social do Hospital Júlio Hartman, da cidade de Esperantina, comunicou ao Conselho Tutelar uma suspeita de crime de maus-tratos contra uma criança de 3 anos, que foi admitida na unidade médica em estado grave. Imediatamente, foi instaurado um inquérito policial para apurar os fatos.
Ane Karoline Gomes Nunes foi transferida para o Hospital de Urgência de Teresina (HUT), onde acabou teve morte encefálica decretada pela junta médica, nessa segunda-feira (22).
No decorrer das investigações, após diligências, incluindo requisições periciais e diversas oitivas, verificou-se as condutas de crime de homicídio qualificado não somente pelo feminicídio, como também pela tortura.
Prisões
A mãe e o padrasto de Anna Kerolayne Gomes Nunes, foram presos nessa segunda-feira (22) acusados de torturar e matar a criança de apenas 3 anos. Os mandados de prisão temporária em desfavor de M.K.N.de O. e F.S.R. foram cumpridos em operação conjunta da Polícia Civil e Polícia Militar do Piauí em Esperantina.
Conforme a Polícia Civil, os acusados foram investigados pelos crimes de homicídio qualificado e tortura em contexto de violência doméstica e familiar contra a criança. Durante as diligências, além das prisões, foram apreendidos vários aparelhos celulares vinculados ao caso, que serão analisados para auxiliar nas investigações.