Pesquisadores do projeto de extensão “Projeto Dengoso”, formados por estudantes e professores de Licenciatura em Biologia do Campus Alexandre Alves de Oliveira da Universidade Estadual do Piauí (Uespi), localizado em Parnaíba, encontraram uma nova forma de combater e prevenir a proliferação do Aedes aegypti, conhecido popularmente como mosquito da dengue.
Utilizando a cadeia alimentar, os cientistas põem em prática a união entre saúde e biologia. Isso porque o projeto estuda como peixes da família Poecilidae, que são larvófagos, ou seja, se alimentam de pequenas larvas, e são considerados inimigos naturais do mosquito da dengue.
Essa espécie, conhecida como peixe "barrigudinho”, é bastante usada no combate biológico desse tipo de inseto, que transmite os vírus da dengue, zika e chikungunya. O peixe é natural de água doce, e pode ser facilmente encontrado nas bacias dos rios da América Latina, inclusive no Rio Parnaíba.
Segundo a coordenadora do Projeto, professora Alessandra Ribeiro, esse combate natural ao Aedes Aegypti traz um impacto positivo para o meio ambiente, visto que substitui o uso de inseticidas. “Primeiro, fazemos uma identificação dos locais, tais como, piscinas abandonadas, terrenos alagados e cacimbões, onde o larvicida não é muito eficaz, por serem locais com grande acúmulo de água e há necessidade de se colocar uma grande quantidade de veneno, contaminando o ambiente. Posteriormente, introduzimos os peixes larvófagos, que são muito eficientes para o controle biológico de mosquitos”, afirmou a professor.
Além da prática no controle ambiental da proliferação do mosquito, o projeto também inclui uma ação de conscientização voltada para crianças e adolescentes do ensino básico de Parnaíba, que recebem palestras e outras atividades interativas de como se prevenir das doenças causadas pelo Aedes Aegypti.