Mais de dez detentos da Casa de Custódia de Teresina (Penitenciária Professor José Ribamar Leite) foram autuados pelas mortes de Iwalks da Silva Santos e Alessandro Krysttyan da Silva Santos Passo (Lacoste), encontrados mortos dentro da cela do pavilhão G na madrugada desse sábado (23). Ao todo, doze internos foram autuados pelos crimes de homicídio qualificado e fraude processual. A informação foi confirmada pela Secretaria de Justiça do Piauí (Sejus) neste domingo (24).
Conforme apurado pelo GP1 , as vítimas foram estranguladas dentro da cela, e em seguida tiveram os corpos amarrados em um lençol, na tentativa de simular um enforcamento. Essa situação teria sido causada pela superlotação da unidade prisional, que resultou no encontro de membros de diferentes facções dentro dos presídios. Nessa situação, as vítimas e os algozes se encontravam no mesmo pavilhão.
Um levantamento feito pela equipe de reportagem do GP1 apontou que, as visitas realizadas na Casa de Custódia, feitas dentro dos pavilhões, favorece o repasse de informações e de ordens de facções, o que também pode ter contribuído para o cenário da execução de Iwalks da Silva e Alessandro Krysttyan.
Na ocasião do assassinato, os possíveis envolvidos ainda teriam tentado atrapalhar o andamento das investigações sobre o caso, visto que, após a execução, eles supostamente limparam a cela e as vítimas. No entanto, foram encontrados indícios dos autores com vasto material periciado, além de vestígios do crime em detentos que participaram o assassinato.
Filho participou da morte do pai
Alessandro Krysttyan, vulgo Lacoste, um dos mortos na Casa de Custódia de Teresina, era acusado de participar do assassinato do próprio pai, desencadeado pelo conflito interno na facção criminosa Bonde dos 40.
O pai de Alessandro, Adailson Veloso, era membro da organização, e a mando dos dirigentes da facção estava a procura de um homem identificado como Alysson Nascimento, conhecido pela alcunha de "Alisson Ponto 40", após ele ter, supostamente, executado Everton Gomes de Araújo, o “Romano”, sem a autorização do comando da facção.
Por fim, aquele que era procurado por Adailson se reuniu com o filho dele para executá-lo, e agiram juntos no assassinato.