A Polícia Civil do Piauí , por meio da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), investiga uma quadrilha envolvida em um esquema criminoso de compra de Ozempic com cartões clonados em drogarias de Teresina. Conforme o inquérito assinado pelo delegado Humberto Mácola , em 05 de novembro, as investigações visam apurar os crimes de estelionato e associação criminosa, além do transporte interestadual do medicamento. A quadrilha é formada pelos indivíduos de iniciais P. G. S. C., S. P. P., R. C. S. e G. G. de O. M.
As investigações são oriundas de denúncias feitas na DRCI, em que as vítimas, as drogarias A.M. Farma e Drogarias Leve Mais, alegaram ter sofrido um prejuízo estimado em R$ 276.000,00 (duzentos e setenta e seis mil reais) com as fraudes. Desse valor, R$ 44.520,00 (quarenta e quatro mil quinhentos e vinte reais) foram contestados pelos reais proprietários dos cartões, ou seja, a quantia não foi repassada aos estabelecimentos.
Modus Operandi
Conforme o depoimento de representantes das drogarias, o esquema de fraude partia do contato inicial de um "cliente" com o setor comercial, e findava com a contestação do valor pago. Os procedimentos iniciais apontam que a quadrilha era estruturada de forma que cada investigado desempenhava uma função na ação fraudulenta, com líder operacional, suporte financeiro e auxiliar de operações.
Primeiro, o líder operacional do esquema, P.G.C., entrava em contato com o estabelecimento utilizando um número de telefone em nome de terceiros. Após realizar o pedido de Ozempic, a drogaria enviava o respectivo link para pagamento, que era feito com o preenchimento de dados de um cartão clonado pelos investigados. Depois, um entregador era acionado para fazer a retirada do medicamento.
O pagamento do intermediário era feito por outro integrante da quadrilha, de iniciais R. C. S., responsável pelo suporte financeiro. A mercadoria então era encaminhada por uma transportadora para a cidade de Fortaleza, no Ceará, que tinha como destinatário final o indivíduo S.P.P. O outro integrante da organização criminosa, G. G. de O. M., foi apontado como o facilitador do esquema, auxiliando na organização das operações e oferecendo suporte logístico.
No âmbito das investigações, a autoridade policial representou pelos procedimentos de prisão temporária e busca e apreensão dos envolvidos. Conforme o delegado, a extração de dados telemáticos e o bloqueio de contas bancárias também são medidas necessárias para maiores elucidações sobre o esquema de compra fraudulenta de Ozempic.